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21.2.10

Deserto Pintado

O NOME DA ROSA

No início era algo
que não tinha nome.

Teve de desabrochar e ficar nua,
e inventar o silêncio do esplendor
que só depois foi escarlate;
e desvendar outra coisa sem baptismo
que só depois foi perfume.

Nada tinha nome até nascer a rosa.


ESCRITA

A escrita faz do silêncio
uma planície amarela:
a cor
cumpre o seu fado de monstro
poisando nas palavras


in Isabel Cristina Pires (2007). Deserto Pintado. Lisboa: Caminho.


O Silêncio vai instalar-se em Aveiro entre 15 e 24 de Abril.
Eu vou querer sentir o sentir do silêncio da poetisa Isabel Cristina Pires. Schiuuu...

5 comentários:

  1. O teu blogue é um oceano de cultura e estive a ler e visualizar e saio daqui com a alma cheia e o que eu me rio com "as escutas" e vejo que as pimpolhas vão crescendo saudavelmente e com altos interesses...pudera com uma mãe assim...parabéns!

    O que mais me tocou foi "Também não me preocupei" e nem imaginas a raiva que tenho sobre a morosidade deste vergonhoso processo".

    Foi muito bom ter voltado.

    Beijos

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  2. schiuuu... e deixas-me curiosa, intrigada. música, poesia, mas uma uma pontinha mais concreta do véu? :)

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