Em 2005, tive oportunidade de assistir a um espectáculo de Lhasa de Sela. Comecei a ouvi-la em 1999/2000. Foi por essa altura porque me lembro que a gravidez (múltipla) das minhas filhas foi embalada pelo som e doçura das canções do Living Road. A sua morte surpreendeu-me e deixou-me triste. Relanço um post que escrevi na altura (Março 2005).
Lhasa de Sela
Lhasa de Sela
No início, somos muito pequeninos e por isso temos a impressão de que o espaço à nossa volta é amplo e de que todos os movimentos são possíveis. Aos poucos vamos crescendo, e então o nosso corpo começa a tocar as paredes e as mãos começam a empurrá-las, mas ainda nos sentimos felizes. Até que chega o dia em que não suportamos mais estar fechados ali, sentimo-nos condicionados e, às vezes, quase asfixiamos. De forma mágica, esse mesmo espaço começa a expulsar-nos de forma violenta. Ficamos aterrados e pensamos que vamos morrer. Mas afinal, nascemos!
Com palavras diferentes, quase soletradas em português, esta história. Contada pela Lhasa de Sela no espectáculo fantástico a que pude assistir há poucos meses. Já conhecia a música e a voz dela, mas nesse dia fiquei rendida a Tudo. até o silêncio entre duas canções me pareceu necessário.
Con toda a palavra, amigos! E vejam aqui o último álbum.
Com palavras diferentes, quase soletradas em português, esta história. Contada pela Lhasa de Sela no espectáculo fantástico a que pude assistir há poucos meses. Já conhecia a música e a voz dela, mas nesse dia fiquei rendida a Tudo. até o silêncio entre duas canções me pareceu necessário.
Con toda a palavra, amigos! E vejam aqui o último álbum.
Uma bonita e sentida homenagem.
ResponderEliminarUm beijo.
Querida Maria, já foste ao México?
ResponderEliminarSe foste / fosses ias ficar ligad àquilo e àquela gente para sempre - não ias cantar p'a Chéchénia!
Olha o que comentei num outro blog e transpasso (!) pr'aqui (transpasso? boa!...):
"Cantou em checheno para crianças, algumas delas sobreviventes do massacre na escola de Beslan. Ali, em Setembro de 2004, a barbárie terrorista sacrificou, pela tortura e morte, crianças, pais e professores"
E depois...?
Acha que nisso se distiguiu muito das senhoras da 'conferência de s vicente de paula'?
Acha que a sua -dela- compreensão dos problemas 'à roda da Chechénia' era vasta?
ou
acha que esta era uma cantante popular fora do 'stream' habitual da cantiga de protesto?
Fosse o que fosse... ou tivesse sido, o resultado é conhecido ie. não protestou nada; não alterou nada e estamos ainda a falar dela.
Voilá!
Ou pensa que tudo aquilo não custou e rendeu -a ela, claro- uns milhones de eurorublodolares ou assim?
É tão bom ser bonzinho com os pézinhos quentes, n'est-ce pas?
E as costas também, tá claros.
addiragram, é mesmo sentida. há artistas que nos tocam especialmente. a Lhasa é uma delas.
ResponderEliminarPirata, estou a marimbar-me para essas questões. O que sei é que a Lhasa tinha uma costela americana e outra mexicana, nasceu e viveu nos EUA, mas transpirava latinidade, aprendeu e difundiu a língua e cultura espanhola/mexicana, etc., etc.. Viveu em França, mudou-se para o Québec. Era uma cidadã do mundo e isso sentia-se na sua expressão artística. Cantou para as crianças da Chechénia? Óptimo! Tenho a certeza que também (en)cantou para muitas crianças mexicanas. O facto de dominar três ou quatro línguas aprximava-a facilmente de muitos públicos. Garanto-te. Contou-me histórias belíssimas na língua de Camões.
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