Confusão e incoerência nos princípios, grande desordem nas finanças; enfraquecimento deplorável da autoridade, dentro dos limites da constituição e das leis; falta de confiança na vitalidade do país e nas faculdades políticas e económicas; um desalento injustificável atrás do qual se esconde um perigoso indiferentismo; a violência mais exagerada nas lutas dos partidos, sem que lhes corresponda nem o vigor das convicções nem a ousadia dos cometimentos; tendência funesta a rebaixar tudo e todos; paixões em vez de crenças; preconceitos em vez de ideias; negações em vez de afirmações, tanto no domínio dos princípios como no dos factos; desconfianças em vez de esperanças e falta de fé na liberdade; são causas de desorganização e ruína para uma nação, por maior que seja o seu poder, por mais gloriosas que sejam as suas tradições.
João de ANDRADE CORVO, “Perigos” [1870],
in Portugal como Problema – Século XIX A Decadência, Vol. III, Organiz. Editorial Pedro Calafate, Público – Fundação Luso-Americana, Lisboa, Setembro, 2006, p. 133
João de ANDRADE CORVO, “Perigos” [1870],
in Portugal como Problema – Século XIX A Decadência, Vol. III, Organiz. Editorial Pedro Calafate, Público – Fundação Luso-Americana, Lisboa, Setembro, 2006, p. 133
Sem comentários:
Enviar um comentário