quero ser amada só por mim
e não por andar enfeitada
ser adorada mesmo assim
careca, nua, descarnada
engano de alma ledo e cego
ó linda inês posta em sossego imortal
diz adeus
com perfumes a presa é fácil
com jóias, casacos de peles
gosto do amor quando é difícil
e cheiro o meu hálito reles
quero ser amada à flor da pele
não quero peles de vison
amada p’lo sabor a mel
e não pela cor do baton
engano de alma ledo e cego
ó linda inês posta em sossego imortal
diz adeus
com cabeleira a presa é fácil
há quem se esconda atrás dos pelos
gosto do amor quando é difícil
de ser amada sem cabelos
quero que me beijem a caveira
e o meu ossinho parietal
que se afoguem na banheira
p’lo meu belo occipital
engano de alma ledo e cego
ó linda Inês posta em sossego imortal
diz adeus
com carne viva a presa é fácil
é ordinário e obsoleto
gosto do amor quando é difícil
quando me aquecem o esqueleto
quero ser amada p’la morte
p’los meus ossos de luar
quero que os cães da minha corte
passem as noites a ladrar
engano de alma ledo e cego
ó linda Inês posta em sossego imortal
diz adeus
sobe aos céus
sobe aos céus
Três Tristes Tigres
Vale a pena ler e reler, as entrelinhas deste poema.
ResponderEliminarSaudações
*___bonecadetraspos___*
é muito engraçada esta letra. cantada pelos Naifa (que a «roubaram» aos Três Tristes Tigres) tem uma força enorme.
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