Último discurso do ex-presidente do Chile, Salvador Allende, em 10 de setembro de 1973, no qual ele garante que terminará o seu mandato, um dia antes do golpe de estado que levaria o General Augusto Pinochet ao governo.
O golpe de Estado que pôs fim ao governo de Salvador Allende (1970-1973) e instaurou a ditadura de Pinochet no Chile não pode ser apagado da nossa memória colectiva. De resto, muito se escreve ainda sobre o governo da Unidade Popular (UP) que Allende encabeçava, o que significou e como poderia ter evoluído; sobre o papel da CIA e os pecados históricos da política externa americana; e sobre as circunstâncias precisas da morte de Allende no Palácio La Moneda.
Há cerca de três anos, Juan Vivés, companheiro de Che Guevara, um dos mais jovens guerrilheiros da revolução cubana que ajudou a depôr o ditador Fulgêncio Baptista, que foi depois capitão rebelde e, mais tarde, durante cerca de 20 anos, agente secreto do regime de Fidel Castro, lançou um livro que tem como título o cognome por que era conhecido, «El Magnifico». Juan Vivés afirma que Allende não se suicidou mas que foi assassinado pelo seu Chefe de Segurança Pessoal, um cubano chamado Patricio de la Guardia. Fidel foi apoiante de Allende e face ao golpe de Pinochet, teria preferido que o Presidente Chileno morresse como um mártir. Declara que o próprio Patricio de La Guardia lhe terá confessado esse assassinato. Este último, caído em desgraça em Cuba (no momento do lançamento do livro estava preso em Havana), negava essa declaração. Em França, o caso foi bastante mediatizado e assisti a várias entrevistas a Juan Vivés e a familiares de Patricio de la Guardia. Estes últimos temiam sobretudo as consequências do livro de Vivés no destino do familiar. Não sei como acabou a contenda nem qual foi a sorte de Parricio de la Guardia. Mas o 11 de Setembro de 1973 continuará a suscitar acesas discussões e não sei se alguma vez será cabalmente explicado ao mundo.
A ler: La entrevista inédita de Salvador Allende [La nacion.cl]
Não foram muitos os que, em 11 de setembro, foram lembrar o mais antigo.Eu lembrei, a amiga também.
ResponderEliminarUm abraço e preservemos a memória.
No primeiro 11 de Setembro, os EUA foram o carrasco. No último, a vítima. Não há uma relação directa mas "o novo" imperialismo americano é velho e perverso. Não podemos esquecer que colocaram Pinochet no poder, armaram a resistência afegã contra a URSS, e depois, pós atentado em NY, assumiram como missão "vencer as forças do mal". Preservemos a memória.
ResponderEliminarAbraço para si também, Amélia