todos os dias.
a náusea causada pelo excesso
a embaraçar-te os pés,
o precipício de cada minuto
a estrangular-te .
o que há de movimento organizado,
aleatório,
ou apenas ansiedade,
no mundo.
nesse excesso gigantesco que é o mundo.
o que há de sem sentido e louco
neste espaço de acasos,
neste espaço de ausências,
de vozes entrecruzadas e surdas,
os desencontros minando tudo.
o que há de vertigem
nas bordas de cada corpo gratuito,
cada minuto afundando-te
na angústia.
nestas horas de impuro silêncio,
sem mãos a te ampararem,
sem olhos a perceberem as mãos.
o que há de repentino terror
no assalto das sensações,
no florescer abrupto dos sentimentos
parados
frente ao humano trêmulo que és,
a desejar a morte.
a morte antes de tudo o mais,
porque a vida é uma impossibilidade constante,
dar o passo adiante, um peso insuportável.
silvia chueire
[Silvia, não sei como o link caiu, juro que não o eliminei. O blogrolling às vezes faz das suas e é injusto! A sua poesia e você estão aqui, mesmo à distância de um mar. Ambas conhecemos a canção do Chico e o poema de Pessoa: "navegar é preciso"! Feliz Natal, minha amiga!]
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