Se a pele for o limite do corpo. sendo que corresponde aos contornos da figura humana para quem desenha. Se a pele se expressar em dueto. um dueto definido à partida. então a pele são os poros, as peles respiram-se. e se, a proposta: mais 15 minutos para recriação desse "material". por uma coreógrafa, um encenador de teatro e um desenhador digital. Se a pele se reinventar assim. temos movimentos de repetição, a nossa rotina, de abertura, o nosso desejo, de troca, a sensualidade, o sexo, de repulsa ou escárnio, táctil feio, e ninguém pode esquecer todos os outros sentidos, apesar de, ou precisamente porque, se trata de pele. a coreógrafa acelerou o ritmo do dueto e acrescentou mais pedaços do arquivo humano de movimentos. o desenhador riscou, coloriu, projectou, fundiu, alongou, jogou. o encenador brincou com o reflexo das peles, uma contra a outra, uma atrás da outra, revelando, revelando. queremos ver ser ficar nus. mas resistimos.
Diverti-me imenso. mas a sala poderia ter ficado mais quente. faltava gente. Amélia Bentes e Ludger Lamers mereciam mais olhos, poros, corações!
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