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20.9.07

Nota sobre os últimos posts



Como sabem, Amos Oz, para além de um excelente escritor, foi co-fundador do movimento pacifista israelita Peace Now, que se tem demarcado sistematicamente do regime de "apartheid" que Jimmy Carter descreveu já como pior que o sul-africano. Esse é também o Amos Oz que admiro.
Os extractos da obra de Amos Oz têm sido acompanhados por pinturas de artistas israelitas. Tenho deixado links para conhecerem melhor o universo desses pintores, marcados indelevelmente pela sua origem, pela migração, pela História atribulada de Israel antes e depois da fundação do Estado, pela guerra e, naturalmente, pelo desejo de amor e de paz.



Entre Emmanuel Ronkin - nascido em Israel, num kibutz, e morto na Guerra dos Seis Dias com 26 anos (este último esboço, Resting Girl, fê-lo em 1967, o ano da sua morte), e Sasha Okun - nascido em Leninegrado em 1949 e emigrado apenas em 1979 para Israel (autor do primeiro desenho, Nude), que emoções se repetem, mesmo que subtilmente? Existirão pintores judeus mais judeus que outros? Será esse o caso de Rifkah (Rita) Goldberg, nascido em Londres em 1950 e emigrado em 1975 para Israel? Ou de Ladizhinsky, ou Lea Zarembo, mesmo se viveram a maior parte da sua vida na Rússia? É a religião a pátria dos judeus e Israel ou, mais especificamente, Jerusalém, apenas(?), um poderoso símbolo, ou os contornos e limites físicos da pátria histórica Israel sobrepõem-se a todas as vivências e aspirações individuais?
Pode
o mesmo pintor ser, separadamente, pintor de paisagens, animais e abstractos e, por outro lado, pintor judeu de Israel, ou essa é uma construção redutora, conceptualmente improfíqua?
Sei tão pouco. Limito-me a deixar-vos pistas para as obras, sem dúvidas quanto ao facto de merecerem ser contempladas.

PS: A citação de "A Morte Feliz" é acompanhada de uma pintura de Amnar Amarni, jovem pintor nascido na Argélia sessenta anos depois de Albert Camus.

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