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7.9.07

À escuta #48


Numa das praias fluviais mais limpas e equipadas que vi no nosso país, na barragem do Azibo (próximo de Macedo de Cavaleiros), uma emigrante perturba toda a clientela do restaurante de apoio. "Berra" com alguém ao telemóvel durante quase uma hora em francês. Todos a ouvem insultar toda a familia portuguesa, nomeadamente o oncle Machado, e concluir várias vezes que c'est ma famille mais ils ne sont que de la merde. Pedem-lhe que se retire, o que ela faz, mas como continua a gritar, e as portas envidraçadas estão todas abertas, o incómodo não desaparece. Então alguém diz que não vale a pena criar infraestruturas modernas, de design arrojado, como aquele, em frente a uma praia que deve ser a única a ter avisos em braille, passagens niveladas para deficientes, canadianas anfíbias, etc., para aquele tipo de clientela. Ou seja, não se deve oferecer pérolas (civilidade) a porcos. Ouvem-se cochichos em todas as mesas. Muito preocupadas com a ideia de perder outros "lagos" como aquele só por causa do comportamento de uma senhora, as minhas filhas decidem entrar na discussão. A dado momento, S. levanta a voz bem alto e afirma:

- Os cegos não têm culpa!

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