No dia 1 de Maio a S. foi connosco ao Europarque ver Nabucco.
A A., mal ouviu falar em ópera, arranjou logo um plano alternativo: ir para casa da avó. A A. decidiu que "detesta a música em que eles parece que berram". Começou a imitar sopranos e deu para perceber o desprezo que sente! Expliquei que ia ser muito bonito, que era como se fosse um teatro cantado (ela adora teatro), que havia princesas com vestidos muito bonitos (eu sei, golpe baixo!), e que ela devia assistir a uma ópera antes de decidir que não gosta. Não valeu a pena, ópera nem pensar!
Não fazia questão que elas fossem. Esta obra, Nabucco, não se adequa propriamente à idade delas. mas queria ver a peça e não tinha combinado nada com a avó. À última da hora, lá arranjamos a coisa, felizmente a avó estava disponível. A S., acho que mais entusiasmada com a ideia de estar sozinha com os pais, sem a irmã, do que com a ópera, disse que queria mesmo ir, "para ver como é".
Entra o maestro, a orquestra começa a tocar. Primeira pergunta: porque é que os cantores estão escondidos? ela até já lhes viu os pés debaixo da cortina! Quando finalmente as cortinas abriram e apareceu o templo de Salomão em Jerusalém, ela ficou boquiaberta. Durante as três horas do espectáculo nunca se aborreceu, mesmo se foi difícil explicar-lhe o enredo. A ideia de duas irmãs que gostam do mesmo princípe pareceu-lhe viável, e preferiu logo a boazinha, Fenena. Já as lutas de poder e o destino do povo da Judeia, passaram-lhe ao lado. Estranhou que os homens usassem saias, que o sacerdote parecesse um rei, que Abigail fosse uma escrava, e o que são escravos? Ficou impressionada com a definição de escravos!
Não sei se foi por isso mas, no final, fez uma pergunta distinta: os cantores e os músicos da orquestra são trabalhadores? É que é 1 de Maio! Tanta gente a trabalhar no dia 1 de Maio! Expliquei-lhe que muitas profissões exigem que se trabalhe nos feriados e que isso é comum nos artistas. E quando voltam eles a trabalhar? Nos dias 4 e 5 têm um espectáculo em Lisboa, mas talvez ensaiem antes outra vez.
Ela ficou a meditar naquilo e não sei a que conclusão chegou. Mas, da próxima vez, só vai à ópera se não for num feriado!
A A., mal ouviu falar em ópera, arranjou logo um plano alternativo: ir para casa da avó. A A. decidiu que "detesta a música em que eles parece que berram". Começou a imitar sopranos e deu para perceber o desprezo que sente! Expliquei que ia ser muito bonito, que era como se fosse um teatro cantado (ela adora teatro), que havia princesas com vestidos muito bonitos (eu sei, golpe baixo!), e que ela devia assistir a uma ópera antes de decidir que não gosta. Não valeu a pena, ópera nem pensar!
Não fazia questão que elas fossem. Esta obra, Nabucco, não se adequa propriamente à idade delas. mas queria ver a peça e não tinha combinado nada com a avó. À última da hora, lá arranjamos a coisa, felizmente a avó estava disponível. A S., acho que mais entusiasmada com a ideia de estar sozinha com os pais, sem a irmã, do que com a ópera, disse que queria mesmo ir, "para ver como é".
Entra o maestro, a orquestra começa a tocar. Primeira pergunta: porque é que os cantores estão escondidos? ela até já lhes viu os pés debaixo da cortina! Quando finalmente as cortinas abriram e apareceu o templo de Salomão em Jerusalém, ela ficou boquiaberta. Durante as três horas do espectáculo nunca se aborreceu, mesmo se foi difícil explicar-lhe o enredo. A ideia de duas irmãs que gostam do mesmo princípe pareceu-lhe viável, e preferiu logo a boazinha, Fenena. Já as lutas de poder e o destino do povo da Judeia, passaram-lhe ao lado. Estranhou que os homens usassem saias, que o sacerdote parecesse um rei, que Abigail fosse uma escrava, e o que são escravos? Ficou impressionada com a definição de escravos!
Não sei se foi por isso mas, no final, fez uma pergunta distinta: os cantores e os músicos da orquestra são trabalhadores? É que é 1 de Maio! Tanta gente a trabalhar no dia 1 de Maio! Expliquei-lhe que muitas profissões exigem que se trabalhe nos feriados e que isso é comum nos artistas. E quando voltam eles a trabalhar? Nos dias 4 e 5 têm um espectáculo em Lisboa, mas talvez ensaiem antes outra vez.
Ela ficou a meditar naquilo e não sei a que conclusão chegou. Mas, da próxima vez, só vai à ópera se não for num feriado!
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