intermitente, nas minhas mãos, um livro de poesia. de Luís Serrano. casas pre(s)sentidas.
A VELHA CASA
Noutro tempo
os frutos anoiteciam
sobre a mesa
ou subiam
pelas paredes brancas
dos quartos
aguardavam as crianças
e a casa
retinha um aroma
de maças e terra
de terra e fábula
Havia pêssegos e uvas
relembro
e uma água antiga
ascendia no ar
prolongava pela noite
um silêncio
de gestação
sobre o espanto
da infância adormecida
Era grande a casa
por esse tempo
grande a mesa
agora não mais
do que aquilo que resta
dum castanheiro
sem idade
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