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30.5.07

As casas pressentidas

intermitente, nas minhas mãos, um livro de poesia. de Luís Serrano. casas pre(s)sentidas.


A VELHA CASA

Noutro tempo
os frutos anoiteciam
sobre a mesa

ou subiam
pelas paredes brancas
dos quartos

aguardavam as crianças

e a casa
retinha um aroma
de maças e terra

de terra e fábula

Havia pêssegos e uvas
relembro

e uma água antiga
ascendia no ar
prolongava pela noite
um silêncio
de gestação

sobre o espanto
da infância adormecida

Era grande a casa
por esse tempo

grande a mesa

agora não mais
do que aquilo que resta
dum castanheiro
sem idade

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