Para justificar a deliquência juvenil utilizam-se muitas vezes argumentos-chavão. Diz-se que a sociedade é violenta e que os jovens se limitam a reproduzir o modelo dominante ou que as políticas de educação são ineficazes. Às vezes elege-se a pobreza como factor determinante, outras vezes o mal está nos audiovisuais, nomeadamente a televisão. Todos estes argumentos são, evidentemente, redutores.
Em primeiro lugar, a violência não é apanágio dos pobres, e muito menos uma fatalidade a que estejam condenados. Não se é marginal (ou se está na franja da marginalidade) por se ser pobre. É verdade que existirá sempre exclusão social ou cultural. Esta é uma característica inerente a todas as sociedades humanas. Mas as causas da exclusão podem ser de outra ordem, e pergunto-me se as dificuldades vividas por professores ou se cenas como a que presenciei na rua, para não falar em delitos mais graves, não se devem sobretudo a factores: psicológicos, afectivos e relacionais (dificuldade para aceitar ideias e/ou comportamentos diferentes; a homofobia é um exemplo).
Veja-se o caso de T., o colega de turma de uma das minhas filhas, que tem apenas 7 anos e já tem um curriculum de mau comportamento nada desprezível. Frequenta a escola com assiduidade, mas na sala de aulas é incapaz de cumprir regras básicas de disciplina. Não adianta pedir para se calar, para não abanar a carteira, para não interromper. Diz palavrões, chama parva à professora, põe-lhe a língua de fora. Não consegue terminar os trabalhos escolares. Nos intervalos agride os colegas. Todos os dias põe um chorar, a semana passada uma das vítimas foi parar ao hospital: partiu-lhe um dedo. Os pais acham que deve ser a professora a discipliná-lo. Pois!
Eu e outras mães já tentámos falar com o T.. Foge, ou levanta a mão em forma de ameaça. Ele é amoroso, gordinho, com óculos redondos, mas é difícil cativar um simples olhar. Não sei como reagiram os pais da criança que anda com a mão engessada. Não sei como reagiria. Certamente não contra o T.. Mas, sendo óbvio que existe um distúrbio comportamental, como fazer para que ele tenha o acompanhamento que necessita? Na escola não existem psicólogos. Como abordar os pais?
Espero que o T. cresça e que este desiquilíbrio se revele passageiro, mas quando estes casos terminam em deliquência juvenil, de quem é a culpa?
Em primeiro lugar, a violência não é apanágio dos pobres, e muito menos uma fatalidade a que estejam condenados. Não se é marginal (ou se está na franja da marginalidade) por se ser pobre. É verdade que existirá sempre exclusão social ou cultural. Esta é uma característica inerente a todas as sociedades humanas. Mas as causas da exclusão podem ser de outra ordem, e pergunto-me se as dificuldades vividas por professores ou se cenas como a que presenciei na rua, para não falar em delitos mais graves, não se devem sobretudo a factores: psicológicos, afectivos e relacionais (dificuldade para aceitar ideias e/ou comportamentos diferentes; a homofobia é um exemplo).
Veja-se o caso de T., o colega de turma de uma das minhas filhas, que tem apenas 7 anos e já tem um curriculum de mau comportamento nada desprezível. Frequenta a escola com assiduidade, mas na sala de aulas é incapaz de cumprir regras básicas de disciplina. Não adianta pedir para se calar, para não abanar a carteira, para não interromper. Diz palavrões, chama parva à professora, põe-lhe a língua de fora. Não consegue terminar os trabalhos escolares. Nos intervalos agride os colegas. Todos os dias põe um chorar, a semana passada uma das vítimas foi parar ao hospital: partiu-lhe um dedo. Os pais acham que deve ser a professora a discipliná-lo. Pois!
Eu e outras mães já tentámos falar com o T.. Foge, ou levanta a mão em forma de ameaça. Ele é amoroso, gordinho, com óculos redondos, mas é difícil cativar um simples olhar. Não sei como reagiram os pais da criança que anda com a mão engessada. Não sei como reagiria. Certamente não contra o T.. Mas, sendo óbvio que existe um distúrbio comportamental, como fazer para que ele tenha o acompanhamento que necessita? Na escola não existem psicólogos. Como abordar os pais?
Espero que o T. cresça e que este desiquilíbrio se revele passageiro, mas quando estes casos terminam em deliquência juvenil, de quem é a culpa?
[Continua]
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