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2.2.07

Eu voto SIM #6

Uma amiga acaba de me contar que o pároco da freguesia alentejana onde reside, no concelho de Montemor-O-Novo, recusou fazer o funeral a um recém nascido (prematuro)___ porque este não tinha sido baptizado. Parece que os bébés só têm "alma" depois do baptismo. Portanto, quando os representantes da Igreja Católica defendem o direito à vida e nos dizem que votar no Não é defender a dignidade da vida humana, eles não dizem tudo. Tem faltado a condição que torna este princípio verdadeiramente absoluto. Não é uma questão de potencial de futuro das células humanas nem de X semanas de gestação. Na verdade, um ser humano pode já ter nascido e não ter nenhum valor para a Igreja. O que é preciso saber é se ele já foi ou é passível de ser aspergido com água benta.


Este caso também é exemplar no respeitante à caridade cristã praticada por alguns párocos. A mãe deste bébé teve uma gravidez múltipla, seguida de parto prematuro, e um dos gémeos não sobreviveu. Foi abandonada pelo marido ainda grávida. É pessoa de fracos recursos. O pároco conhecia o caso, mas ausentou-se precisamente nessa altura, deixando ao padre que normalmente o substitui, a recomendação de não realizar o funeral. A senhora enterrou o filho sozinha.

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