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13.2.07

Capturem a jornalista

Evadida do livro em que nasceu há algumas semanas, agora é tempo de a capturarem.


"É verdade: a Rute Monteiro tem uma vida (entre outras sete) que se desenha nas páginas desse romance (E Deus Pegou-me Pela Cintura). É verdade: quis levar a cabo - com o meu editor - uma antecipação ficcional, partindo do princípio que, nos dias de hoje, o livro já não é um objecto que possa prender a ficção no seu seio: entre capa e contracapa. No nosso mundo, a ficção e a realidade interpenetram-se cada vez mais (a efabulação dos media globais assemelha-se à dos antigos mitos), do mesmo modo que a verdade e o sentido se confrontam num tipo de ambiguidade que, dia a dia, todos experimentamos. Do cinematógrafo a Duchamp vai a distância entre a ilusão desejada e a ilusão conformada com a realidade. Pergunto: por que razão não poderá o objecto livro instalar a sua ficcionalidade fora do espaço físico que é o seu? Por que se terão escandalizado tantos espíritos "éticos" e carregados de fobia pelo diabolismo do "marketing" com esta antecipação ficcional?"
[continua]

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