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24.2.07

Breaking and Entering



Assalto e Intromissão é a tradução falaciosa de um filme denso, escrito e realizado por Anthony Minguella.

Tive conhecimento há pouco tempo da existência desse novo desporto urbano, o Parkour (PK). Lembrei-me da discussão que se seguiu sobre as cidades e a (in)adaptação do Homem ao espaço. O nome, de origem francesa, remeteu-nos logo para os motins nos subúrbios de Paris. No Parkour, o traceur salta muros, lança-se entre telhados, faz rolamentos, escaladas, que visam ultrapassar os obstáculos urbanos com a máxima agilidade e rapidez. Agora o PK faz-se acompanhar de uma filosofia que o perspectiva como uma arte, a arte do movimento, que visa a harmonia entre corpo e espírito.


Mas estamos longe dessa harmonia nesta nova Londres de Minguella, uma Londres de geografias e culturalismos variados, habitada por um arquitecto bem sucedido mas infeliz (Jude Law), a sua namorada sueca, Liv (Robin Whright Penn), o seu sócio (Martin Freeman) e a empregada negra por quem se apaixona, a prostituta Oana (Vera Formiga), a família de refugiados sérvios Amira (Juliette Binoche) e Miro (Rafi Gavron), os gangsters servo-croatas, e o polícia Bruno Fella (Ray Winstone), para quem todos podem ser criminosos mas que não esquece o background dos putos que persegue.

A filha autista de Liv provoca um afastamento no casal, que se ama. Miro, o traceur, vai desplotar a aproximação entre mundos que, mesmo se não se compreendem, se podem salvar mutuamente.
As cidades não podem desumanizar. Se houver moral na história.

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