Provavelmente é preciso viver em Aveiro para perceber como a iniciativa é risível. Olho para a foto do Diário de Aveiro de ontem e vejo o vereador da cultura e Nuno Júdice sentados lado a lado, o vereador em primeiro plano, e não posso deixar de esboçar um sorriso. Perdoem a maldade, mas aposto que Capão Filipe não pega num livro, muito menos de poesia, há muito tempo, e nem lhe apetece dar-se a esse incómodo. Enfim, não é obrigado, bastaria ter noção do que é ou deve ser uma política de cultura para a cidade, uma qualquer. Mas não tem. Vai fazendo assim umas coisas para encher a vista e é capaz de convencer alguns. Esta é a última. Qual a razão de escolha de Nuno Júdice? Não sabemos, mas é verdade que esse é um detalhe de menor importância. Nuno Júdice terá afirmado "entender a escolha do seu nome não como uma homenagem pessoal, mas como uma homenagem à poesia viva". Modéstia do poeta que é grande. Por acaso escolheram bem. Não sabemos como. Como diz um amigo, que o desnorte lhes dê sempre para estas coisas!
Os trabalhos deverão ser entregues sob pseudónimo, até 16 de Fevereiro. O regulamento completo está disponível aqui.
Os trabalhos deverão ser entregues sob pseudónimo, até 16 de Fevereiro. O regulamento completo está disponível aqui.
Acho muito injusto aquilo que foi dito sobre Nuno Júdice neste artigo. Não sou de Aveiro, não conheço o vereador, nem praticamente ninguém em Aveiro, portanto, em relação a isso não me quero fazer envolver. Contudo, sou um adepto fervoroso da poesia de Nuno Júdice e o comentário colocado aqui demonstra que, e peço desculpa se me enganar, não conhece o trabalho desde grande Poeta Nacional. Ele tem toda a razão quando diz que é uma homenagem à poesia viva. Não é modéstia, é a pura realidade. É verdade que neste momento não temos um Cesário Verde, nem um Camilo Pessanha, nem um Fernando Pessoa, nem um Eugénio de Andrade, ou um Miguel Torga, nem uma Sophia de Mello Breyner... Nem tão pouco saberemos se algum dia voltaremos a ter, tal o estado medíocre da cultura nacional que só vem provar que o movimento de Alfabetização não bastou, e hoje é preciso muito mais do que isso. Mas temos muitos poetas que dedicam a sua vida a esta poesia nacional que é tão rica. Nuno Júdice será um dos grandes poetas da actualidade, senão mesmo o maior, e espero que viva muitos anos ainda, para nos proporcionar momentos de reflexão.
ResponderEliminarEsta iniciativa parece-me muito positiva, obviamente não conheço nada do seguimento ou do projecto do pelouro da cultura em Aveiro, mas quando as coisas são bem feitas, como é este o caso, devem ser reconhecidas e não utilizadas, pelo contrário, para denegrir o que está para trás, ou para ridicularizar o presente.
Abraços.
"Modéstia do poeta, que é grande", foram essas as minhas palavras (faltou-me a vírgula!).
ResponderEliminarNão é Nuno Júdice que está em causa, mas a utilização do Nome do Poeta para esconder o enorme vazio em termos de política municipal da cultura.