XXIX
Não sei bem quando começou a acontecer. Acordo completamente ensopado em suor, inundado. A testa fica húmida mas não tenho febre. Sento-me na cama para me refrescar, tenho arrepios de frio. Ponho a mão na camisola e o peito gela, puxo-a, espremo, e correm fios de água. Mergulho os dedos na nuca, sinto os cabelos encharcados. Coço-me, esfrego-me, e o desconforto não passa. As costas e nádegas colam-se ao lençol. Dispo-me completamente, apetece-me atirar o pijama para longe, cheira a mofo. Cada dois, três dias, vai tudo para lavar. As fronhas fedem e ando com vontade de mandar queimar a almofada, deve estar podre por dentro, quando pouso a cabeça sinto aquele odor próprio dos asilos de velhos. Onde nasce este liquido pestilento em que me afogo quase todas as noites? Que tumor é este que comprimo adormecido?
Todas as semanas saiem novos Princípios: às segundas n'O Afinador de Sinos, às terças aqui, às quartas no Ponto.de.Saturação. Para ler todos e seleccionar um, abram O LIVRO DOS BONS PRINCÍPIOS.
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