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20.12.06

De esquerda ou de direita

1° Cartaz para as Presidenciais de 2007


Désirs d'Avenir é o site oficial. Ando a seguir a campanha eleitoral de Ségolène Royal. Mas eis que encontro uma entrevista feita a Pierre Bourdieu, meu guru, desaparecido em 2002, em que ele afirma que Ségolène não é de esquerda. Sim, ela é conservadora em várias matérias. Diz coisas como "la famille c’est un père et une mère" e não é favorável ao casamento entre homossexuais, mesmo se a posição dominante no PS francês é mais progressista. É um exemplo. Mas isso é ser de direita? Vá lá, Bourdieu, sê mais claro..., forma de estar, maneira de falar, não chega!

2 comentários:

  1. Ségolène é, pela voz da própria, admiradora de Tony Blair.

    Vai competir com Sarkosy pela presidência, sendo conhecido que um dos centros da discussão será a política de imigração face à atuação de Sarkosy no passado. Contudo também Royal defende uma política de imigração bastante mais restritiva!

    O papel do Estado nos valores (essa questão do casamento homossexual) é uma das vertentes da dicotomia esquerda/direita.

    Mas não há que esquecer a definição do papel do Estado na economia, aí é que sem dúvida os senhores da "terceira via", "esquerda moderna" ou "esquerda atlantista" filhos das políticas de Blair não deixam dúvidas.

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  2. Nelson, Le Pen chegou à segunda volta nas últimas Presidenciais e isso deveu-se muito às suas posições relativamente à questão da imigração e da insegurança. Actualmente os seus scores baixaram, mas apenas porque Sarkozy chamou a si as questões da "extrema direita". Ségolène demarcou-se dessas posições, não fala em punição mas em integração. Mas, é claro, não esperemos milagres, ela tem objectivos eleitorais a cumprir.

    Quanto à Aliança Atlântica, era evidente que se iria estreitar com Sarkozy. Ségolène tem sido cautelosa. Não me parece que com ela venham a ocorrer grandes mudanças. Ela vai manter a tradição "gaulista" do se-for-preciso "orgulhosamente sós contra os EUA" na Europa.

    No dominio das políticas da familia é que ela me parece muito conservadora e desfasada da realidade francesa. Prefere ainda falar de "união" e não de casamento entre homossexuais. Mas já li que a pressão eleitoral a tem aproximado da posição dominante no PS francês.

    A ver vamos...

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