O LIVRO DOS BONS PRINCÍPIOS
A forma como José Maria foi ali parar representa um mistério. Lembra-se de ter ido passear Oxalá, o setter irlandês de pêlo acobreado, depois do jantar, lembra-se de, a dada altura, o ter ouvido rosnar.(...)
PORTA
acabei por me despir. quando olhei para trás, as roupas tinham desaparecido. pareceu-me ver um rasgo de tinta escapar por baixo da porta fechada. instalei-me ali, no lugar. encostei-me às paredes, rocei-me por todas as superfícies. tacteei o chão. as mãos secaram e lambi-as. (...)
FRAGILIDADES
Porque tudo é fragilidade quase insustentável e a noite longa, tão longa que se pronuncia nunca mais, e nem a alvorada irrompe como se desconhecêssemos que ela existe, mas aparece como inevitabilidade, porque a leveza do ser se queda sentada numa qualquer cadeira giratória, olhos presos nas palavras que não aparecem, e porque a manhã traz a noção incrível de estreiteza e de inutilidade, e porque colocar a pedra no bolso e entrar no rio parece ser a única opção, sobra a angústia dos dias, e o quarto café quente, e o décimo sexto cigarro que se evapora em fumo incontrolado subindo rumo a nada (...)
A forma como José Maria foi ali parar representa um mistério. Lembra-se de ter ido passear Oxalá, o setter irlandês de pêlo acobreado, depois do jantar, lembra-se de, a dada altura, o ter ouvido rosnar.(...)
PORTA
acabei por me despir. quando olhei para trás, as roupas tinham desaparecido. pareceu-me ver um rasgo de tinta escapar por baixo da porta fechada. instalei-me ali, no lugar. encostei-me às paredes, rocei-me por todas as superfícies. tacteei o chão. as mãos secaram e lambi-as. (...)
FRAGILIDADES
Porque tudo é fragilidade quase insustentável e a noite longa, tão longa que se pronuncia nunca mais, e nem a alvorada irrompe como se desconhecêssemos que ela existe, mas aparece como inevitabilidade, porque a leveza do ser se queda sentada numa qualquer cadeira giratória, olhos presos nas palavras que não aparecem, e porque a manhã traz a noção incrível de estreiteza e de inutilidade, e porque colocar a pedra no bolso e entrar no rio parece ser a única opção, sobra a angústia dos dias, e o quarto café quente, e o décimo sexto cigarro que se evapora em fumo incontrolado subindo rumo a nada (...)
Um texto é excelente quando se consegue transpor para o campo da visualização. Este é sem dúvida 3D!
ResponderEliminarNo entanto, importa perguntar que fazem aquels dois embaixo da rapariga. São nestes pequenos pormenores que gosto de começar a analíse e é por isto que ninguém me liga nenhuma!
kiss, kiss!
Um texto é excelente quando se consegue transpor para o campo da visualização. Este é sem dúvida 3D!
ResponderEliminarNo entanto, importa perguntar que fazem aquels dois embaixo da rapariga. São nestes pequenos pormenores que gosto de começar a analíse e é por isto que ninguém me liga nenhuma!
kiss, kiss!
prazer da escrita=prazer da leitura
ResponderEliminarExcelente, mesmo!!!
ResponderEliminarabraço!
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Que é feito do blogue do Unicus, Ninguém, Blog do Nada? Agora aconselhas o inexistente? M. Virgínia.
ResponderEliminarM. Virginia, até ontem existia. Aliás, o autor veio comentar este post no "haloscan". lamento!
ResponderEliminarmas senti uma certa agressividade!? Não é bem meu hábito colocar links para terra de ninguém. Este Ninguém era gente e tinha um lugar.