Mes amis, mes amours,
O mau tempo anda a brincar comigo. Saio de França, onde pude sentir o dia mais frio de um mês de Agosto___ desde 1948, e entro em Portugal para sentir mais frio! Eu sei que quem cá esteve até agradece, mas eu anseio por um dia de calor intenso! Afinal, é Verão!
Percebi que com as altas temperaturas os incêndios voltaram a fazer notícia mas que, este ano, há maior controle da situação___ e das notícias. Até em França, a imprensa e os jornais televisivos preferiram as desgraças da Galiza (mas ainda vi Valongo na TV). Extraordinário é o facto de os gauleses andarem a contrariar a tendência mundial de redução do espaço florestal. Não que tenham escapado ao triste espectáculo das manchas de paisagem carbonizadas (sobretudo no Sul do país)! Acontece que o abandono maciço da agricultura está a resultar no aumento da área de floresta. Os rectângulos verdes, cultivados, que ordenavam a campagne française começam a rarear! C'est la panique!
Em pânico fico eu quando ouço os debates combates que antecedem as próximas Presidenciais em França. Nicolas Sarkozy e Ségolène Royal encabeçam as sondagens. Ler Témoignage não me deixou mais tranquila. O carisma de Sarkozy é imenso e, se for eleito, vamos assistir a uma aproximação aos EUA (ele privilegia a Aliança Atlântica, sendo menos gaulista que Chirac no que diz respeito ao posicionamento político da França), além de que as políticas de imigração vão endurecer. Preferia mil vezes esta senhora mas a batalha não está ganha, mesmo dentro do PS!
Não percam estes vídeos__ (1) Emission: Karambolage - ArteRéalisateur: Claire Doutriaux; (2) Ségolène Royal en Suède, "où les patrons n'ont pas peur des syndicats"; (3) Environnement: Ségolène Royal défend "des choix de rupture". E, é claro, visitem o polémico___ porque muito democrático__ site de Ségolène Royal, Désirs d'avenir.
Como é evidente, os ataques de Israel no Sul do Líbano font la une em todos os jornais, todos os dias. (Agora não vou ser politicamente correcta:) Os franceses odeiam os israelitas! Todos sentimos esta trágica ofensiva como um ultraje aos valores mais profundos de humanidade, nunca esquecendo, é certo, uma mistura de medo e incompreensão face a todos os Partidos de Deus, mas em França, o sentimento de indignação face a Israel é antigo, muito intenso e generalizado a (quase) toda a população. Na memória fiquei com as palavras de uns amigos franceses que conheceram vários estudantes libaneses na universidade: eram estudantes, mas só pensavam na reconstrução do seu país após tantos anos de guerra, todos queriam regressar.
Ir a França e não espreitar os escaparates das livrarias seria sinal de grave doença. Pois bem, vim carregada de novidades. Deixo algumas pistas.
"Pour moi, l'âge n'a aucune importance. Depuis la nuit des temps, les hommes et les femmes s'aiment d'amour, quelle que soit la différence. Il n'y a pas d'amour impossible." Assim se lê na contracapa de Franz & Clara, o último livro de Philippe Labro. Une violoniste de vingt ans rencontre un gamin surdoué de douze ans... Situation d'amour impossible? Quem resiste? Dele li L'Étudiant Étranger, um romance com uma marca autobiográfica, que nos fala de uma América tão dourada quanto preconceituosa e da passagem à idade adulta de um jovem e inconsciente universitário. Na véspera deste encontro, pura coincidência, pude rever a figura de Labro na TV, apresentando uma biografia de Ernest Hemingway (na 3, um canal público que passa excelentes documentários em prime time!).
Entretanto, na minha livrariazinha de eleição em Roanne, descobri La Poursuite du Bonheur, um belo título para um livro que suspeito mordaz. É que o seu autor é Michel Houellebecq (um dos meus escritores preferidos, já aqui referido muitas vezes!). A novidade é que Houellebecq, neste livro, escreve Poesia. O primeiro poema chama-se Hypermarché, o segundo Non Reconcilié..., verei se resisto a tanta felicidade...
Mas a liderar o top ten de ficção está Marc Levy, um escritor que sigo desde o primeiro momento. Vivia em França quando ele lançou Si C’était Vrai... (traduzido pela Ed. Presença com o título Enquanto Estiveres Aí), livro que o catapultou de imediato para a fama ___e fortuna, uma vez que Steven Spielberg comprou os direitos cinematográficos do livro. Agora é Mes amis Mes Amours que arrebata crítica e leitores.
Mes amis, mes amours, vou embora que este relatozito já vai longo. À minha espera tenho agora o mar e, espero, um bom soleil português!
O mau tempo anda a brincar comigo. Saio de França, onde pude sentir o dia mais frio de um mês de Agosto___ desde 1948, e entro em Portugal para sentir mais frio! Eu sei que quem cá esteve até agradece, mas eu anseio por um dia de calor intenso! Afinal, é Verão!
Percebi que com as altas temperaturas os incêndios voltaram a fazer notícia mas que, este ano, há maior controle da situação___ e das notícias. Até em França, a imprensa e os jornais televisivos preferiram as desgraças da Galiza (mas ainda vi Valongo na TV). Extraordinário é o facto de os gauleses andarem a contrariar a tendência mundial de redução do espaço florestal. Não que tenham escapado ao triste espectáculo das manchas de paisagem carbonizadas (sobretudo no Sul do país)! Acontece que o abandono maciço da agricultura está a resultar no aumento da área de floresta. Os rectângulos verdes, cultivados, que ordenavam a campagne française começam a rarear! C'est la panique!
Em pânico fico eu quando ouço os debates combates que antecedem as próximas Presidenciais em França. Nicolas Sarkozy e Ségolène Royal encabeçam as sondagens. Ler Témoignage não me deixou mais tranquila. O carisma de Sarkozy é imenso e, se for eleito, vamos assistir a uma aproximação aos EUA (ele privilegia a Aliança Atlântica, sendo menos gaulista que Chirac no que diz respeito ao posicionamento político da França), além de que as políticas de imigração vão endurecer. Preferia mil vezes esta senhora mas a batalha não está ganha, mesmo dentro do PS!
Não percam estes vídeos__ (1) Emission: Karambolage - ArteRéalisateur: Claire Doutriaux; (2) Ségolène Royal en Suède, "où les patrons n'ont pas peur des syndicats"; (3) Environnement: Ségolène Royal défend "des choix de rupture". E, é claro, visitem o polémico___ porque muito democrático__ site de Ségolène Royal, Désirs d'avenir.
Como é evidente, os ataques de Israel no Sul do Líbano font la une em todos os jornais, todos os dias. (Agora não vou ser politicamente correcta:) Os franceses odeiam os israelitas! Todos sentimos esta trágica ofensiva como um ultraje aos valores mais profundos de humanidade, nunca esquecendo, é certo, uma mistura de medo e incompreensão face a todos os Partidos de Deus, mas em França, o sentimento de indignação face a Israel é antigo, muito intenso e generalizado a (quase) toda a população. Na memória fiquei com as palavras de uns amigos franceses que conheceram vários estudantes libaneses na universidade: eram estudantes, mas só pensavam na reconstrução do seu país após tantos anos de guerra, todos queriam regressar.
Ir a França e não espreitar os escaparates das livrarias seria sinal de grave doença. Pois bem, vim carregada de novidades. Deixo algumas pistas.
"Pour moi, l'âge n'a aucune importance. Depuis la nuit des temps, les hommes et les femmes s'aiment d'amour, quelle que soit la différence. Il n'y a pas d'amour impossible." Assim se lê na contracapa de Franz & Clara, o último livro de Philippe Labro. Une violoniste de vingt ans rencontre un gamin surdoué de douze ans... Situation d'amour impossible? Quem resiste? Dele li L'Étudiant Étranger, um romance com uma marca autobiográfica, que nos fala de uma América tão dourada quanto preconceituosa e da passagem à idade adulta de um jovem e inconsciente universitário. Na véspera deste encontro, pura coincidência, pude rever a figura de Labro na TV, apresentando uma biografia de Ernest Hemingway (na 3, um canal público que passa excelentes documentários em prime time!).
Entretanto, na minha livrariazinha de eleição em Roanne, descobri La Poursuite du Bonheur, um belo título para um livro que suspeito mordaz. É que o seu autor é Michel Houellebecq (um dos meus escritores preferidos, já aqui referido muitas vezes!). A novidade é que Houellebecq, neste livro, escreve Poesia. O primeiro poema chama-se Hypermarché, o segundo Non Reconcilié..., verei se resisto a tanta felicidade...
Mas a liderar o top ten de ficção está Marc Levy, um escritor que sigo desde o primeiro momento. Vivia em França quando ele lançou Si C’était Vrai... (traduzido pela Ed. Presença com o título Enquanto Estiveres Aí), livro que o catapultou de imediato para a fama ___e fortuna, uma vez que Steven Spielberg comprou os direitos cinematográficos do livro. Agora é Mes amis Mes Amours que arrebata crítica e leitores.
Mes amis, mes amours, vou embora que este relatozito já vai longo. À minha espera tenho agora o mar e, espero, um bom soleil português!
Ena, post longo... Muitas novidades das terras gaulesas...:D Parabéns por mais uma referência ilustre...:D
ResponderEliminarBeijo