Antes deste filme, Eric Valli já realizara Himalaya, l'enfance d'un chef. Em La Piste os grandes espaços são agora os do deserto da Namíbia mas o olhar, esse, mergulha mais uma vez num horizonte sem fim e nunca deixamos de sentir a beleza e a violência da Terra.
Como no primeiro filme, a sensibilidade antropológica de Valli marca o argumento. A viagem de uma jovem ocidental ao continente africano é apenas um pretexto (muito usado, é certo!) para nos aproximarmos das suas gentes e para compreendermos o que não é óbvio. A ideia (que não é nada original, pois não!) da importância de tentar ultrapassar todos os obstáculos, geográficos, políticos ou pessoais, pelo caminho que se percorre, e porque esse caminho encerra em si inúmeras lições de vida, está presente ao longo de todo o filme. Mas enfim, a vida é assim mesmo. E há mais, há essência. Entreajuda e sobrevivência. Miséria e ambição. Paixão e amizade. O que une os homens? Por que se combatem? Pode o corpo viver afastado do espírito? Por quanto tempo?
O argumento tem falhas, não por ser muito abrangente mas porque tem uma forma "redonda", previsível. E Camille Summers (Gracie), com uma representação muito "estereotipada", quase estraga por completo o filme. Mas eu gostei, e muito, deste filme. Os diálogos são encantados, algumas temáticas são corajosas (tráfico de diamantes, alcoolismo nas tribos, origem e motivações dos membros de guerrilhas) e a fotografia é sublime.
Vejam e deliciem-se: Site de ERIC VALLI, fotógrafo e realizador.
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