Quando entrei na sala, a sessão já tinha começado. Uma questão de 2 ou 3 minutos. Dois teenagers estão a ter uma conversa de débeis mentais enquanto andam de carro. Depois, o que tem a cara mais ridicula toca a uma campainha e espeta com uma tarte cheia de creme na cara de uma miúda. Pensei que me tinha enganado na sala e saí. Olhei para o bilhete e para o écran por cima da porta. Não, era mesmo a Terapia do Amor de Ben Younger. Voltei a entrar na sala.
Primeiro conselho (genérico): nunca cheguem atrasados ao cinema. Segundo conselho (relativo a este filme): não desistam, esperem pela entrada em cena de Uma Thurman (quer dizer, também podem esquecer os primeiros minutos da sua actuação, quando Rafi Gardet é apresentada ao jovem David Blooberg). A coisa compõe-se de vez com a entrada em cena de Meryl Streep (a actriz que todos-adorámos-e-de-quem-nos-fartámos-depois-e-que-agora-adoramos-novamente-e-com-razão).
Passados 20 minutos já esqueceram o início do filme e estão bem dispostos. Passam um bom momento. Riem-se. Se gostam de homens é muito provável que acabem por ficar pelo beicinho, como a Uma, pelo 23 years old boy. Se forem homens, já entraram na sala a fazer beicinho pela Uma Thurman. Os mais novos nem vão acreditar que uma mulher mais velha possa ser tão interessante apesar de já-desconfiarem-e-de-na-verdade-o-filme-ser-igualzinho-a-uma-das-suas-fantasias-românticas-e-sexuais-mais-antigas.
Os mais velhos vão recordar-aquele-caso-ou-por-que-raio-fui-tão-parvo-que-não-aproveitei-porque-era-óbvio-que-ela-queria-a-safada. Enfim, quando o filme está quase a acabar todos concluimos que ainda-bem-que-ainda-fazem-umas-comédias-românticas-bem-feitas. Mas depois vem o fim. E eu fiquei furibunda!
Estou aqui vai não vai conto-vos o fim... , pois, ok, não conto. Digo-vos apenas que vivemos numa sociedade-subtil-ou-desavergonhadamente-machista-que-tem-visões-distintas para-os-casos-das-rapariguinhas-e-dos-rapazinhos-de-vinte-e-três-anos-que-se-apaixonam-por-pessoas-bastante-mais-velhas. E que vê as mulheres com trinta e sete anos como desesperadas-que-querem-ter-filhos-logo-castradoras-de-jovens-com-futuros-fantásticos e os homens da mesma idade como aqueles que naturalmente-desejam-ser-pais-até-porque-é-sinal-que-querem-assentar sendo-pois-natural-que-as-jovens-com-quem-se-envolvam-fiquem-muito-felizes-e-façam-tudo para-não-os-perder-porque-isso-é-que-é-o-futuro-fantástico-para-elas.
Dúvida extra: O título original do filme é Prime. Porquê? O meu inglês revelou-se insuficiente. Mas se é Prime, é Prime, e não Terapia do Amor! (mesmo se os franceses traduziram Prime por Petites confidences à ma psy)
Primeiro conselho (genérico): nunca cheguem atrasados ao cinema. Segundo conselho (relativo a este filme): não desistam, esperem pela entrada em cena de Uma Thurman (quer dizer, também podem esquecer os primeiros minutos da sua actuação, quando Rafi Gardet é apresentada ao jovem David Blooberg). A coisa compõe-se de vez com a entrada em cena de Meryl Streep (a actriz que todos-adorámos-e-de-quem-nos-fartámos-depois-e-que-agora-adoramos-novamente-e-com-razão).
Passados 20 minutos já esqueceram o início do filme e estão bem dispostos. Passam um bom momento. Riem-se. Se gostam de homens é muito provável que acabem por ficar pelo beicinho, como a Uma, pelo 23 years old boy. Se forem homens, já entraram na sala a fazer beicinho pela Uma Thurman. Os mais novos nem vão acreditar que uma mulher mais velha possa ser tão interessante apesar de já-desconfiarem-e-de-na-verdade-o-filme-ser-igualzinho-a-uma-das-suas-fantasias-românticas-e-sexuais-mais-antigas.
Os mais velhos vão recordar-aquele-caso-ou-por-que-raio-fui-tão-parvo-que-não-aproveitei-porque-era-óbvio-que-ela-queria-a-safada. Enfim, quando o filme está quase a acabar todos concluimos que ainda-bem-que-ainda-fazem-umas-comédias-românticas-bem-feitas. Mas depois vem o fim. E eu fiquei furibunda!
Estou aqui vai não vai conto-vos o fim... , pois, ok, não conto. Digo-vos apenas que vivemos numa sociedade-subtil-ou-desavergonhadamente-machista-que-tem-visões-distintas para-os-casos-das-rapariguinhas-e-dos-rapazinhos-de-vinte-e-três-anos-que-se-apaixonam-por-pessoas-bastante-mais-velhas. E que vê as mulheres com trinta e sete anos como desesperadas-que-querem-ter-filhos-logo-castradoras-de-jovens-com-futuros-fantásticos e os homens da mesma idade como aqueles que naturalmente-desejam-ser-pais-até-porque-é-sinal-que-querem-assentar sendo-pois-natural-que-as-jovens-com-quem-se-envolvam-fiquem-muito-felizes-e-façam-tudo para-não-os-perder-porque-isso-é-que-é-o-futuro-fantástico-para-elas.
Dúvida extra: O título original do filme é Prime. Porquê? O meu inglês revelou-se insuficiente. Mas se é Prime, é Prime, e não Terapia do Amor! (mesmo se os franceses traduziram Prime por Petites confidences à ma psy)
Sem comentários:
Enviar um comentário