Agora que o Hamas ganhou as eleições, o mundo, ainda em estado de choque, começa a perceber que afinal era previsível, ou muito provável que o povo palestino fizesse essa escolha. E inventariam-se várias razões de natureza histórica, sociológica e politica. Eu sigo o mesmo caminho. Veja-se a caracterização demográfica da população palestina segundo dados do Centro de Estatística da Palestina (Março 2004):
Existem cerca de 10 milhões de palestinos no mundo.
Existem cerca de 10 milhões de palestinos no mundo.
- 3,7 milhões vivem nos territórios ocupados em 1967: 2,3 milhões na Cisjordânia e 1.4 milhões em Gaza;
- 1 milhão vive nos territórios ocupados em 1948;
- cerca de 4,8 milhões estão radicados em países árabes (2,8 milhões na Jordânia, 436 mil na Síria, 415 mil no Líbano, 62 mil no Egipto, mais de 500 mil noutros países);
- cerca de meio milhão de palestinos vive em países "estrangeiros" e nos EUA.
Dados estatísticos até 2003 revelam que cerca de 42.6% dos palestinos da Cisjordânia e Gaza são refugiados.
A população palestina é jovem. Nos territórios históricamente palestinos (e também no seio da população residente em países árabes) as taxas de natalidade são elevadas (assim como os índices de mortalidade infantil). Cerca de 40% da população tem idade inferior ou igual a 15 anos. Os indivíduos com mais de 65 anos não chegam aos 4% da população.
Segundo estimativas do mesmo Centro Estatístico para estes territórios, as populações árabe e judia atingiriam os 5,1 e 5,3 milhões, respectivamente, no ano de 2005, devendo igualar-se em número em 2006.
Alguns destes dados falam por si. Juntem-lhe outros:
- na Faixa de Gaza, em 2005, 63.7% da população é urbana, 5.1% é rural e 31.2% vive em acampamentos;
- na Faixa de Gaza, em 2005, o desemprego atinge os 34%;
- de acordo com estudos demográficos realizados em 2003, a percentagem de famílias necessitadas de habitação na próxima década será de 91,1 %, sendo a percentagem de famílias que não teria meios para construir habitação própria nesse mesmo período de 70,15%.
- existirão cerca de 9,200 prisioneiros nas prisões israelitas (fonte: OLP, Jan. 2006).
Quando era estudante descobri Max Weber e, tantos anos depois, ainda o releio muito. No seu A Política como Vocação, ele escrevia: Uma nação pode perdoar o dano feito aos seus interesses, mas nunca o que foi causado à sua honra e, menos que qualquer outro, o que lhe é infligido por esse vício clerical de querer ter sempre razão.
Que não se deduza destas palavras que subscrevo a lei de resistir ao mal pela força. Mas esta foi a ética legitimada nestas eleições na Palestina. Os milhares de jovens (e não só) aí residentes interiorizaram uma certa ideia de resistir ao mal pela força, convencidos de que, de contrário, seriam responsáveis pelo seu triunfo. Repito: e agora?
Leiam mais: aqui, aqui e aqui.
A população palestina é jovem. Nos territórios históricamente palestinos (e também no seio da população residente em países árabes) as taxas de natalidade são elevadas (assim como os índices de mortalidade infantil). Cerca de 40% da população tem idade inferior ou igual a 15 anos. Os indivíduos com mais de 65 anos não chegam aos 4% da população.
Segundo estimativas do mesmo Centro Estatístico para estes territórios, as populações árabe e judia atingiriam os 5,1 e 5,3 milhões, respectivamente, no ano de 2005, devendo igualar-se em número em 2006.
Alguns destes dados falam por si. Juntem-lhe outros:
- na Faixa de Gaza, em 2005, 63.7% da população é urbana, 5.1% é rural e 31.2% vive em acampamentos;
- na Faixa de Gaza, em 2005, o desemprego atinge os 34%;
- de acordo com estudos demográficos realizados em 2003, a percentagem de famílias necessitadas de habitação na próxima década será de 91,1 %, sendo a percentagem de famílias que não teria meios para construir habitação própria nesse mesmo período de 70,15%.
- existirão cerca de 9,200 prisioneiros nas prisões israelitas (fonte: OLP, Jan. 2006).
Quando era estudante descobri Max Weber e, tantos anos depois, ainda o releio muito. No seu A Política como Vocação, ele escrevia: Uma nação pode perdoar o dano feito aos seus interesses, mas nunca o que foi causado à sua honra e, menos que qualquer outro, o que lhe é infligido por esse vício clerical de querer ter sempre razão.
Que não se deduza destas palavras que subscrevo a lei de resistir ao mal pela força. Mas esta foi a ética legitimada nestas eleições na Palestina. Os milhares de jovens (e não só) aí residentes interiorizaram uma certa ideia de resistir ao mal pela força, convencidos de que, de contrário, seriam responsáveis pelo seu triunfo. Repito: e agora?
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