(VII) O escritor famoso também passou pelo (In)Certezas
Era um escritor famoso. Quando alguém com ambições na escrita se aproximava com a intenção de lhe deixar um manuscrito para que o lesse e avaliasse, ele respondia: não, muito obrigado!
Afastou-se, enfiando as 149 páginas debaixo do braço. «Se calhar», pensou, «viu este volume todo e não tinha tempo». Ponderou. «Se calhar, foi por causa desta camisola amarela. Bem sabia que não devia ter trazido uma camisola amarela. O azul claro, o branco tinham sido melhores. O amarelo pô-lo nervoso, de certeza. E o volume de páginas também.»
Sentou-se, a aprender com o rio, como sempre gostava de fazer. Afagou o CD e guardou-o, cheio que estava com aquelas palavras. E foi largando o papel. Uma a uma, as páginas voaram. Levou-as o rio, amolecendo-as e desfazendo-as, os peixes admirados com aquele novo alimento, nada saboroso.
Diz-se que, ainda hoje, as gaivotas se divertem com as suas palavras.
Do escritor famoso, soube no dia seguinte ter ganho o Nobel. E conseguiu sorrir com isso. Ia imprimir tudo uma outra vez e partir em busca de um outro escritor famoso. Mas, desta vez, ia usar uma camisola branca.
Angela
Sentou-se, a aprender com o rio, como sempre gostava de fazer. Afagou o CD e guardou-o, cheio que estava com aquelas palavras. E foi largando o papel. Uma a uma, as páginas voaram. Levou-as o rio, amolecendo-as e desfazendo-as, os peixes admirados com aquele novo alimento, nada saboroso.
Diz-se que, ainda hoje, as gaivotas se divertem com as suas palavras.
Do escritor famoso, soube no dia seguinte ter ganho o Nobel. E conseguiu sorrir com isso. Ia imprimir tudo uma outra vez e partir em busca de um outro escritor famoso. Mas, desta vez, ia usar uma camisola branca.
Angela
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