Angela Berlinde - Hope I Can Find You
Pode parecer um lugar comum mas a vida está cheia dessas coisas. A verdade é que comecei a pressentir a importância de ser homem ou de dar provas de que se é homem, através do futebol. Por volta dos quatro anos o meu interesse pela bola aumentou e o que me dava mais prazer era imaginar que marcava grandes golos. Via os jogos na televisão, com o meu pai e o meu avô, e gostar daqueles movimentos e daquelas imagens parecia-me natural. Mas, pouco a pouco, fui percebendo que aquele interesse também me garantia a entrada no mundo da cumplicidade masculina. Quando as mulheres da casa nos pediam para parar de gritar, ouvia frases como "elas não podem entender, não é rapaz?". Além de me agradar o orgulho que o meu pai e o meu avô sentiam, e que eu percebia, quando me ouviam dizer "sou do Benfica"! É claro que me deram um equipamento completo, com uns calções enormes, camisola, cachecol, boné, que eu vestia de cada vez que o Benfica jogava! Tinha um clube, era homem e ainda por cima podia mascarar-me! Fui gostando cada vez mais de futebol.
Uma vez perguntaram-me porque é que era um menino e não uma menina, e eu respondi: "porque sou do Benfica". E essa minha saída ficou para sempre no rol das histórias da família.
Por volta dos dez anos apaixonei-me.
Pode parecer um lugar comum mas a vida está cheia dessas coisas. A verdade é que comecei a pressentir a importância de ser homem ou de dar provas de que se é homem, através do futebol. Por volta dos quatro anos o meu interesse pela bola aumentou e o que me dava mais prazer era imaginar que marcava grandes golos. Via os jogos na televisão, com o meu pai e o meu avô, e gostar daqueles movimentos e daquelas imagens parecia-me natural. Mas, pouco a pouco, fui percebendo que aquele interesse também me garantia a entrada no mundo da cumplicidade masculina. Quando as mulheres da casa nos pediam para parar de gritar, ouvia frases como "elas não podem entender, não é rapaz?". Além de me agradar o orgulho que o meu pai e o meu avô sentiam, e que eu percebia, quando me ouviam dizer "sou do Benfica"! É claro que me deram um equipamento completo, com uns calções enormes, camisola, cachecol, boné, que eu vestia de cada vez que o Benfica jogava! Tinha um clube, era homem e ainda por cima podia mascarar-me! Fui gostando cada vez mais de futebol.
Uma vez perguntaram-me porque é que era um menino e não uma menina, e eu respondi: "porque sou do Benfica". E essa minha saída ficou para sempre no rol das histórias da família.
Por volta dos dez anos apaixonei-me.
:-)
ResponderEliminar