Dave April
Já todos conhecem as primeiras previsões dos resultados eleitorais desta noite. E há surpresas.
- Ninguém imaginou que a vitória do PS fosse tão significativa (sobretudo se ficar próximo dos 49%) nem que a descida do PSD fosse tão acentuada. Neste momento, é mesmo mais importante perceber até que ano vamos recuar em matéria de votos no PSD (1974 ou 1983?). Se não ultrapassar os 25% é uma derrota histórica. Afinal, ainda em 2002 estavam nos 40.21%.
- O CDS mantém ou desce ligeiramente. O suficiente para poder vir a ser o 5° partido (ainda não está confirmado). Mas a derrota política vai ser grande dado o objectivo fixado e anunciado por Paulo Portas.
Não me surpreende que:
- O BE suba bastante, em percentagem e sobretudo em número de mandatos (de 3 para 9?). Devido à maioria absoluta do PS, o seu poder na AR continuará limitado.
- A CDU também vá subir um ou dois pontos percentuais, relativamente a 2002.
De tudo isto ocorre-me dizer:
- Os resultados eleitorais definiram-se independentemente da campanha eleitoral. Sócrates comunicou mal, decepcionou. Paulo Portas parecia ter conseguido fazer esquecer o eleitorado de que fora parte activa no governo deste país desde 2002, e que os seus ministros e o próprio protagonizaram alguns dos maiores desastres políticos desta governação. Nos debates televisivos, sempre me pareceu muito eficaz, centrando-se sabiamente em acções bem sucedidas (Estaleiros de Viana do Castelo, o caso Sorefame) e passando uma imagem de determinação invulgar (face aos restantes líderes políticos).
- Destas eleições vai sair uma maioria sem qualquer contrapeso na AR. E, apesar de ser de esquerda (como já devem ter percebido), acho lamentável que o PSD tenha deixado que uma situação de desnorte e falta de credibilidade tenha evoluido para um nível tão alto, provocando uma sensação de "sem opção" para o seu eleitorado tradicional. Ainda não conheço os resultados por distrito mas pelo que vi, é nos distritos social-democratas que a abstenção é maior - ex° 39.2% em Viana do Castelo (quando faltavam já poucas freguesias por apurar). E vamos ver qual é a percentagem de votos brancos.
Eu teria preferido um maior equilibrio entre as várias forças políticas.
- O PSD, na figura do seu líder é obviamente o principal responsável. Como dizia António Barreto, se Pedro Santana Lopes fosse a eleições sem ter passado pelo governo neste 8 meses, os resultados seriam bastante diferentes. Ele é um político "simpático" mas nestes 8 meses ele deu provas do que não é capaz. Mas existem outros responsáveis: Durão Barroso, que criou uma ruptura a meio do mandato; Cavaco Silva, que preferiu proteger a sua imagem pessoal; e todos os barões que sempre invejaram o sucesso de PSL nas bases do partido.
- Depois, é claro, existe uma crise económica, o que cria um sentimento geral de insatisfação.
A minha curiosidade agora é ver como é que o PS se vai descartar do discurso ameno da campanha eleitoral e implementar a obrigatória política de austeridade. E anseio por conhecer a equipa que nos vai governar nos próximos anos (repetições, não, por favor!).
Estou numa enorme falta para contigo.
ResponderEliminarNão me vou inventar desculpas. Simplesmente passou-me.
Saí do escritório na sexta e só pensava no jantarzinho magnífico que me esperava.Lembrei-me Sábado... era tarde!
Um grande abraço deste que não tem desculpa.
Depois de tudo o que li, fixei um parágrafo, que, presentemente, é o maisimportante:
ResponderEliminar"A minha curiosidade agora é ver como é que o PS se vai descartar do discurso ameno da campanha eleitoral e implementar a obrigatória política de austeridade. E anseio por conhecer a equipa que nos vai governar nos próximos anos (repetições, não, por favor!"
Concordo a 100%. Recordar o passado, já não vale a pena, porque o futuro é o que conta.
Daqui a 4 anos, darei então a mão à palmatória, por uma maioria absoluta, que a mim, soube-me a veneno...se eles souberem ser, realmente, aquilo que prometeram SER.
Abraço :-)
Anseios justificados e comuns
ResponderEliminarEu tenho esperança e acredito
Os portugueses votaram inequivocamente na mudança. As expectativas são grandes, mas penso que o José Sócrates não tem uma varinha mágica, para solucionar os principais problemas dos portugueses: Crescimento da economia e parar o aumento do desemprego. Uma grande fatia do eleitorado quer resultados no imediato, por isso prevejo turbulência, para muito breve prazo.
ResponderEliminarmfc, por favor, que desculpa? Os blogs são um cantinho da nossa vida. Espero é que esse jantar magnífico tenha valido a pena. Beijinhos
ResponderEliminarMenina marota, de facto, agora estamos todos centrados nesse último parágrafo! Mas o Armando Ésse tem razão...
ResponderEliminarVamos pegar no optimismo do Papo-Seco!
Um abraço a todos
PS: JR, nós já conversamos!