Ilha Phi Phi
As televisões informaram o mundo. que constatou a enormidade da catástrofe na Ásia. E depois, sobreinformou. Entre o dia 26 de Dezembro de 2004 e o dia 2 de Janeiro de 2005, o tsunami motivou 988 notícias nos serviços informativos regulares dos quatro canais portugueses. Segundo dados da MediaMonitor/Marktest, nestes 8 dias, 48.8% das peças emitidas estavam relacionadas com o tsunami. Somando as notícias de todos os canais, temos uma média de 124 peças por dia - 124 marteladas! já que as peças eram muitas vezes repetidas.
A SIC foi a estação que mais noticiou sobre este tema - que representou 65.8% da sua grelha informativa regular. O canal passou 335 notícias sobre a catástrofe (dá uma média de quase 42 notícias por dia!). Corresponde a 11:09 horas de informação sobre o tsunami num total de 16:57 horas de notícias.
Na TVI passaram 303 notícias, que corresponderam a 10:29 horas de tsunami num total de 17:00 horas de informação.
A RTP passou 228 peças sobre o tsunami com a duração total de 8:22 horas em 19:44 horas de informação.
A 2: dedicou ao acontecimento 122 peças informativas por um período de 3:27 horas (em 6:40 de noticiários). Com cerca de 52% da grelha dedicada a este tema, foi a que menos insistiu na tragédia!
E por que se batiam as estações televisivas? Pelas audiências, pois claro. Ou não vivessem delas! Mas perderam qualquer noção de equilíbrio! A grande vencedora foi a SIC: o canal atraiu 38.0% do total da informação vista sobre este tema; seguem-se a TVI, com 32.9% de visibilidade, a RTP (27.5%) e a 2: (1.7%).
A todas agradecemos a possibilidade de, em directo, poder assistir à aplicação do princípio de informação por mono-temas sequenciais. Para ficarmos a saber o que não queremos mais!
É mesmo uma miséria tanta noticia sobre a mesma coisa...não trazem novidadenenhuma, pensam que por dizer que aumentaram mais 1000 mortos aqui ou acolá que é noticia...seria muito melhor voltarem lá daqui a 6 meses e ver como estavam a evoluir as coisas...
ResponderEliminarJá me tinha querido parecer....
ResponderEliminarTens toda a razão! Jinhos, BShell
Infelizmente é como o Cosmic Man diz, as notícias foram-se desenrolando numa lógica mórbida de body count. Quando havia muita informação importante a tratar. Uma séria contextualização da ameaça de epidemias. O reportar da situação em que ficaram as crianças tornadas órfás. O horroroso aproveitar da situação por pedófilos, que começaram a raptar crianças [notícia que li no Público]. E bastantes outras coisas que são realmente importantes. Morrerem muitas pessoas ou muito mais é terrível, de igual forma. O efeito no público foi perverso: ouvi diariamente perguntas do género "em quantos mortos é que vai?", "hoje de manhã no jornal falavam em 100 mil", "ah!, eu ouvi na rádio que são já 120 mil"... O sangue vende. Mas a ética jornalística devia saber fazer melhor do que o que vimos.
ResponderEliminarE dentro desse tempo os EUA e o Collin Powel parece ser o campeão da ajuda internacional, muito embora se saiba que o Japão, o Reino Unido e a União Europeia tenham disponibilizado muito mais verbas do que os ditos cujos. OLima (ondas.blogs.sapo.pt)
ResponderEliminarEsta guerra de audiências e a exploração até à exaustão das imagens desta hecatombe, corre o risco, por saturação, de tornal banal esta desgraça.
ResponderEliminarEstou a ficar optimista: A TVI com o seu rol de desgraças e desgraçadinhos não vai à frente... Será que as pessoas estão a ficar mais sensiveis?
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