26.12.11

Bem vindos ao passado do futuro!

Não é uma evocação a Teixeira de Pascoaes, mas podia ser, sem glória. "O futuro é o passado que amanhece", dizia.  Acontece que não há saudade, que não aspiramos à "luz espiritual do passado". Neste país que é o meu, o futuro começa a ser o passado do presente, e isso é mau. Entrem bem neste novo ano situado algures no tempo, anterior a uma revolução a que chamaram "dos cravos"!


Victorian special agent saves Europe from itself - with help from the French and, of course, the Americans... Directed by Tim Ollive... Master of Ceremonies voice, eyes, mouth, Phil Jupitas... Produced by Steam Driven Films in London and 2d3D Animations in Angouleme (avec le soutien de la Region Poitou-Charentes et du Departement de la Charente).

24.12.11

Canção de todos os dias

Diz-me lá porque é que tu não me envias postais durante o ano inteiro
Diz-me lá porque razão é que não me dás prendas sem ter um pretexto
Diz-me lá o que te move uma vez por ano
Eu preciso mais de ti do que te vais lembrando

Family portraits

Fotos de famílias. A nossa poderia ser uma delas. Para além do meio geográfico e social, o que a tornaria absolutamente distinta das restantes? Cada um dos seus membros e esse "todo" que tende a ser maior que a soma das partes! Para todos vós, um feliz Natal! E não se esqueçam de chamar o Thomas Struth que há em vós para registar para a posteridade as "family resemblances" em noite de consoada...


Thomas Struth


A exposição "Fotografias 1978-2010" podemos ver vista em Serralves (até 29 Janeiro de 2012). É absolutamente fantástica! Deixo um link para um vídeo-(do)cumentário sugestivo sobre a mesma___ aqui!

19.12.11

Václev Havel (1936-2011). Cartas a Olga

Nascido em Praga (1936), Václav Havel trabalhou no Teatro da Balaustrada, onde foi técnico de luzes, secretário, assistente de encenação, leitor e autor residente. As suas duas primeiras peças, Garden Party (1963) e Notificação (1965), granjearam-lhe de imediato o reconhecimento internacional como dramaturgo. Finda a Primavera de Praga, em 1968, passou a ser um autor proibido na sua pátria e, devido ao estatuto de co-fundador e porta voz da «Carta 77», veio a sofrer inúmeras condenações e penas de prisão que acabaram por desencadear uma onda de protestos a nível internacional, incluindo os países de Leste. As Cartas que escreveu a Olga Havlová (1933-1996), sua esposa (desde 1964 até 1996), constituíram «o único meio que possuo para comunicar contigo e com o mundo».
Václev Havel viria a ser o último presidente da Checoslováquia (1989-92) e o primeiro Presidente da República Checa (1993-2003). Em 1997 casou com a actriz Dagmar Havlová. Em 2008, "viu subir à cena uma nova peça sua De saída, que dava conta dos dilemas de um líder político no momento de abandonar o cargo. A obra foi aclamada pela crítica." Václev Havel morreu ontem durante o sono, na sua casa em Hrádecek.


1ª CARTA
Querida Olga:

Os astrólogos tinham razão, como se está a ver, quando me predisseram de novo cadeia para este ano e quando anunciaram um Verão quente. Aqui faz realmente um calor horrível, uma sauna imparável. Custa-me que esta minha nova «base» te venha a, com certeza, trazer muitas contrariedades. Na minha opinião devias permanecer em Hrádecek [1], aí administrar a casa, embelezá-la, tratar da horta, ir com os cães ao lago, etc. Sempre poderia alguém da família fazer-te companhia, ou os amigos que aí quisessem ir passar férias. De nada serve estares em Praga - aqui em nada me podes ajudar, e, depois, com que irias ocupar o teu tempo? Lá, ia certamente ser necessário começar a conduzir o carro, para poderes ir às compras e coisas do género. E não ficarias sempre dependente de outras pessoas. Enfim, devias viver como se eu tivesse partido de viagem, ou seja, fazer uma vida normal. É a melhor maneira de me ajudares: saber que estás bem e que nada te falta. (...)

4 de junho de 1979

5ª CARTA
Querida Olga:

Antes de mais: esqueci-me, como, aliás, é costume, de te mandar os parabéns pelo teu aniversário. Só me lembrei uns minutos depois de entregar a carta anterior. Desculpa! Quanto a esta minha falta de memória, parece que já não há nada a fazer. Então, aqui, vão atrasados os meus parabéns! Compro-te um presente quando estiver em liberdade, já que presentes da prisão (feitos de migalhas) não são os que mais te agradam, tanto quanto me lembro... Recebeste as minhas últimas cartas - com os nº 3 e 4? Era, com certeza, bom que confirmasses através de um postal, na volta do correio, a recepção de cada carta, para não perder o controlo... Da última vez acusei a recepção da tua primeira carta; desde então chegaram mais duas. A primeira deu-me grande alegria e despertou-me a vontade de escrever (nela contavas-me como vocês tinham lido as minhas peças). Agradeço-te do coração! Em contrapartida, a segunda (e também a terceira) deixou-me um pouco inquieto. Dizias que não me mandavas um beijo - que eu já sabia a razão. Eu não sei a razão! O que sei é que não deves escrever-me essas coisas, fico mal por sei lá quantos dias. As cartas são a única coisa que temos, aqui lemo-las uma dezena de vezes, ponderamos todas as implicações em todos os sentidos, alegramo-nos com o mínimo pormenor ou com ele também sofremos e tomamos consciência de como estamos manietados - em conclusão, deves escrever-me cartas amáveis! E numera-as, escreve a data, e, principalmente, escreve de forma clara e legível! Afinal, não deve custar muito sentares-te de vez em quando à máquina e escreveres tudo o que acontece contigo! (...)

P.S. Apercebi-me de uma coisa estranha: este mundo aqui dentro tem muito mais verdade que o mundo aí fora. As coisas e os seres humanos mostram-se aqui na sua verdadeira dimensão. A mentira e a hipocrisia esaparecem. Quando estiver outra vez aí fora, hei-de contar-te coisas interessantes sobre este tema.

Segunda-feira, 23.7.1979
(...)

Manhã de terça-feira, 24.7

Hoje sonhei contigo! Tínhamos alugado um palácio em Veneza! Continuo com boa disposição. Escreve-me cartas e postais bonitos para poder guardá-los!

9ª CARTA
Querida Olga:

A tua visita deu-me muita coragem e alento; depois dela senti-me jovial. Fiquei especialmente feliz por termos a mesma opinião sobre a viagaem aos EUA e por me teres apoiado incondicionalmente sobre aquilo que penso de toda a questão. (...) Hoje à tarde comecei a confeccionar para ti uma jóia com bocados de pão. Mando-te um desenho para o caso de não a conseguir fazer chegar a ti pelo advogado. Não tinha ideia de que apreciavas este tipo de coisas ou já te tinha moldado outras há muito tempo.. (...)

Sábado, 8 de Setembro de 1979

(Continuação - Domingo)
Parece que acabei de conseguir algo que se pareça com uma jóia, mas não te vou fazer um desenho - quero que seja uma surpresa. Tentei insuflar-lhe um jeito de arte nova. (...) Não queria esquecer uma coisa: a água em Hrádecek fecha-se assim: 1. Desligas a bomba de água; 2. Abres a torneira que fica no canto da cave e deixas sair a água do cano; 3. Abres todas as torneiras da casa (não esqueças o celeiro) para o ar entrar na conduta.
Gostava de sublinhar outra vez o efeito benéfico da tua visita. Suporta-se melhor o cativeiro.
Ontem tentei, de determinada forma que me foi sugerida, entrar em contacto telepático contigo - mas parece que não resultou. não possuo (ao contrário do que acontece aos outros) os pressupostos necessários para isso.
(...)

P.S. Os meus companheiros consideram-me louco por causa da minha atitude «despegada» relativamente ao visto de saída para os EUA.[2]

[1] Casa de fim-de-semana de Havel, perto de Trutnov, na Boémia do Norte.
[2] V.H. rejeitou a oferta oficial de saída do país, que lhe fora feita ainda durante a sua prisão preventiva.
Nota: Os sublinhados são da autoria de V.H.. Mantive-os . 

Fragmentos de " Cartas a Olga". Edição Livros do Brasil, 1984, pp. 11-19 

18.12.11

Dez anos é muito tempo ou nada


Folheando o Divas & Contrabaixos, revi um post escrito em Março de 2007 que me fez pensar novamente no destino das mais de 300 obras de arte cedidas à Câmara Municipal de Aveiro pelo Instituto das Artes (SEC).

"Esta colecção, tutelada pelo Instituto das Artes, foi construída ao longo de várias décadas no âmbito de uma política de aquisições, orientada então pela Direcção Geral de Acção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura...". 

Já não recordo os detalhes do protocolo estabelecido (que envolve também a Universidade de Aveiro) mas sei que durante 10 anos a autarquia pode expor, dar a conhecer, reflectir, dinamizar, celebrar a arte utilizando esse acervo. A maior parte da população não saberá/esqueceu da existência dessas centenas de pinturas, fotografias e esculturas. Realizaram-se duas mostras (não eram exposições!), sendo a primeira a que evoco no referido post. 
Eu quis acreditar! Participei em tertúlias esclarecedoras! Entretanto, é possível, aqui e ali, apreciar algumas das obras: na nova estação de caminho de ferro há umas fotografias (já deterioradas), no Teatro Aveirense estão expostos dois ou três quadros, nos gabinetes dos vereadores encontram-se outras tantas (é um ultraje!). Parece-me que estamos muito distantes dos objectivos definidos pelo Professor António Pedro Pita (então Director da Delegação Regional de Cultura do Centro) mas talvez a CMA esteja a fazer um extraordinário trabalho de bastidores. Como cidadã, eu gostaria de ser informada sobre o paradeiro e projectos desenvolvidos/em estudo relacionados com esse acervo.

Não deixa de ser curioso lembrar também que o "Projecto da Avenida de Arte Contemporânea" foi o grande tema de discussão no primeiro mandato da actual coligação. Esse seria o futuro da Avenida Lourenço Peixinho!

Nada se cumpriu! Mas como poderia esta autarquia propor um pensamento sobre a própria arte ou conduzir a uma análise crítica da teoria visual! Já ninguém cai em enganos! O problema é que o tempo passa. Dez anos é muito tempo ou nada.       

17.12.11

«Não há ninguém que diga mal da Cesária»

Morreu uma diva! Acredito que, em Cabo Verde* e em muitos outros pedaços do mundo, todos sintam que estão de «pés descalços»! 


* Link para um fantástico filme promocional de Cabo Verde

15.12.11

À escuta #116


Fui ver "Melancholia" novamente, desta vez com as minhas filhas. Quando esta imagem apareceu, perguntaram-me se a actriz tinha filhos. Percebi que devo evitar posar nua. Gostaram muito do filme, apesar de ser triste. A Ana acha que a Charlotte Gainsbourg é que deveria ter ganho o Prémio de interpretação feminina em Cannes. A passividade/resignação de Justine/Kirsten Dunst desconcertou-as. Identificaram-se com Claire, que chorou o fim do mundo. No final, resgatamos o (gigantesco) cartaz do filme que, dada a proximidade do Natal, já vai sair de cena! Temos agora a noiva Justine/Ophélia na sala, até melhor ideia surgir...

P.S.: No Discurso-Imagem, uma boa crítica sobre o filme.

12.12.11

Concurso de Natal 2011- Camelos do Presépio

A notícia é perturbadora mas não surpreendente. Na passada semana, Maria e José já haviam alertado sobre a possibilidade de Belchior, Baltasar e Gaspar terem fugido para parte incerta. Os três reis, pressionados no sentido de distribuir mais equitativamente os presentes de Natal e temendo certamente a vaga de tumultos que alastra por todo o Médio Oriente, poderiam não satisfazer a vontade bíblica. Os pais do futuro messias (que se chamará Jesus) transmitiram a sua preocupação aos jornalistas que os acompanham no trajecto em direção a Belém, afirmando: "Sem incenso e mirra passamos bem, mas sem ouro não nos aceitam nem na Cisjordânia!"
Hoje foi divulgada uma fotografia dos reis alegadamente em fuga. Um beduíno terá captado a imagem no sudoeste da Síria, próximo do oásis Palmira, o que poderá indicar que os magos se encaminham para o Irão. O presidente Ahmadinejad já informou a ONU que o seu país dará abrigo a Baltasar, mantendo reservas relativamente a Melchior e Gaspar.

Os camelos do Gaspar e do Baltasar, alegadamente em fuga pelo deserto

Dadas as circunstâncias, tememos que o Concurso Camelos do Presépio, evento de grande significado organizado pel' A Barbearia do Senhor Luís, só possa contar com esta panorâmica traseira e parcial.
Deixo votos de Feliz Natal para o organizador e para todos os concorrentes admitidos, na esperança de que unidos consigam(os), pelo menos, resolver o mistério que a imagem levanta:  onde está o traseiro do camelo do Belchior, também conhecido por Melchior ou Melquior?

11.12.11

Tristes Trópicos revisitados


La idea de retomar la essencia de las fotografías captadas por Lévi-Strauss e incluidas en la celebérrima obra Tristes Trópicos (1955) es, según los autores, plasmar la continuidad de la expresión humana y el intercambio cultural a través del retorno de la fotografía antropológica a Europa. Qué tienen en común los habitantes de un poblado holandés y las tribus nativas del Amazonas estudiadas por Claude Lévi-Strauss durante los años 30? En apariencia ninguna. No obstante, los artistas visuales Laurence Aëgerter y Ronald van Tienhoven se dieron a la tarea de recrear el trabajo fotográfico del etnólogo francés tomando como modelos a personas de la vida cotidiana de Beetsterzwaag, un pequeño pueblo en Holanda de no más de 4,000 habitantes.

©Musée du quai Branly, Foto: Claude Lévi-Strauss/Scala, Florence/ ©Laurence Aëgerter en Ronald van Tienhover

Obras de arte a (re)VER

Em Melancholia, Wagner. No Anticristo, Händel. A música ao serviço do cinema. Ou Manuel Alberto Claro e Anthony Dod Mantle. A fotografia ao serviço do cinema. Em ambos, Heidegger. do sentido do ser. ser que caminha para a morte. O Dasein. A filosofia ao serviço de Lars von Trier.


Melancholia

oh God! oh God! Há imagens neste filme que evocam imagens criadas desde há séculos. que daqui a muitos anos vão evocar novas imagens. este filme tem quelque chose de "para sempre".
Ophelia (1852). John Everett Millais

Um método perigoso


Um bom filme___ ou episódio sobre a vida e obra de Carl Jung (Michael Fassbender), Sigmund Freud (Viggo Mortensen) e Sabina Spielrein (Keira Knightley). Eu veria com agrado os episódios seguintes. Se pensar apenas no que é - um filme - há uma estranheza na narrativa: o clímax acontece a meio! Demoramos a reconhecer David Cronenberg. Mas a ver, no doubts! ´
(ah aquele Viggo Mortensen faz um fantástico Freud! quase esquecemos que o homem é uma sex-bomb. enfim, o Freud ficaria feliz!)

É como diz o outro, pois!

Comédia adapta textos de Frederico Pombares e Henrique Dias da rubrica do programa "5 para a Meia Noite"


Fui ver a peça "É como diz o outro" com Miguel Guilherme e Bruno Nogueira. O Teatro Aveirense (TA) estava com sala cheia. Muito público jovem apesar do preço dos bilhetes (17,5 euros na plateia)! O texto é muito mau. É uma comédia revisteira que usa anedotas de treta, lugares comuns e os palavrões da praxe___ que resultam sempre em extraordinárias gargalhadas. Boa nota para cenário/iluminação. De resto, constrangedor! Admiro o Miguel Guilherme desde há anos. A primeira peça que me recordo de ver quando cheguei a Lisboa, como universitária, era com ele e o João Perry. Foi no Teatro Aberto e chamava-se "Tu e Eu". Fiquei a pensar que os actores, enfim, têm que ganhar a vidinha, e uma peça destas vende bem!

Ontem estive também no TA a ver a Mostra de Cinema Português. Os estudantes podem pagar 4 euros pelo bilhete (5 euros, preço normal). Estavam 6 pessoas na sala. Os 3 filmes eram muito interessantes. O "48" da Susana Sousa Dias é um daqueles documentários que tinham que ser feitos, estranhamos que só agora (2009) alguém registe o testemunho de prisioneiros políticos (1926-1974). "A Felicidade" de Jorge Silva Melo é um instante de sensibilidade em que podemos ver o Fernando Lopes interpretar. E "North Atlantic", o primeiro filme de Bernardo Nascimento, deixou-nos todos silenciosos. O meu amigo Luís Mendes soltou um "tão bonito!" e era isso. Mas o que é belo não se vê. Seis pessoas na sala. Peças-produto de consumo rápido é o que está a dar! Ora merda!

48

O que pode uma fotografia de um rosto revelar sobre um sistema político?
O que pode uma imagem tirada há mais de 35 anos dizer sobre a nossa actualidade?
Partindo de um núcleo de fotografias de cadastro de prisioneiros políticos da ditadura portuguesa (1926-1974), "48" procura mostrar os mecanismos através dos quais um sistema autoritário se tentou auto-perpetuar durante 48 anos. Depois de Natureza Morta - Visages d'une Dictature (filme galardoado a nível internacional e exibido em festivais e mostras em cinco continentes), Susana de Sousa Dias volta a centrar-se na época do Estado Novo, utilizando um dispositivo cinematográfico inovador. Numa altura em que a temática da tortura atinge uma nova actualidade a nível mundial, "48" leva-nos a reflectir sobre o legado português nesta matéria e sobre as suas consequências nos dias de hoje.

9.12.11

Mostra de Cinema Português 9, 13 e 14 Dez.

Começa hoje a mostra de cinema português, iniciativa do Cineclube de Aveiro que___já agora, não convém esquecer___ tem prestado um serviço fantástico à cidade. A seleção dos filmes (a ver todas as segundas, às 22h, no TA) e as diferentes iniciativas rompem com o marasmo e a parolice dominantes! Esta sexta poderemos ver:
- O documentário "48", da realizadora Susana de Sousa Dias, sobre a tortura no Estado Novo, que foi premiado no Festival Internacional do Documentário e Cinema de Animação de Leipzig, na Alemanha (93 min);
- "A Felicidade" com argumento e realização de Jorge Silva Melo. A curta-metragem tem interpretação de Fernando Lopes, Pedro Gil e Miguel Borges, imagem de José Luis Carvalhosa e som de Armanda Carvalho e é uma produção dos Artistas Unidos (8 min);
- "North Atlantic" de Bernardo Nascimento. O filme conta já com diversas distinções, entre as quais a de melhor fotografia no Curtas Vila do Conde, uma menção honrosa em Los Angeles, o prémio do público em Milão, no 27th Warsaw Film Festival (Polónia) e em Katowice (Polónia), e o de melhor actor em Tóquio (15 min).