30.9.11

X Bienal de Cerâmica de Aveiro

Eu bem digo que não há Bienal de Cerâmica que corra bem nesta cidade (ou não fazem divulgação, ou não pagam os prémios aos artistas,...), mas a polémica deste ano ultrapassa-me! Adorei a reacção das peixeiras e da vereadora (que vai chamar a artista para explicar a peça)*!


Consultem aqui os horários e locais das várias exposições e actividades associadas a este evento.

Artistas que também vão expor em diferentes espaços: Alberto Miranda, Cecília de Sousa, Emília Viana, Heitor Figueiredo, Jesus Castañon Loché, João Carqueijeiro, Ossama Emam, Rogério Abreu, Sofia Beça, Rute Marcão, Virgínia Fróis e Zé Augusto.

27.9.11

Meia-Noite em Paris

Fui ver o "Meia-Noite em Paris" do Woody Allen e esta música não me sai do ouvido. Mas o filme___é o mais americano (sentido pejorativo) dos filmes de W.A.. Argumento básico, imagem estereotipada de Paris dos anos 20 ou da Belle Époque. mesmo se, sim, eu também gostaria de fazer a viagem de Gil Pender...



Fica a mensagem de fundo do filme - «That's what the present is. It's a little unsatisfying because life is unsatisfying.» - e mais alguns diálogos e statements like this one - «I'm jealous and I'm trusting. It's cognitive dissonance. F. Scott Fitzgerald talked about it

23.9.11

José Niza (1939-2011)


BASTA!


Urgente: Algumas horas para Palestina! Assinem a petição!

«the time is now for the Palestinian Spring, the time for independence»

Ver Fonte

Absolutamente comovida com o discurso de Mahmoud Abbas nas Nações Unidas. Um discurso que merece ser lido e relido na íntegra. Momento histórico. Mas Obama já esqueceu que lhe foi atribuído o Prémio Nobel da Paz.

«In 1974, our deceased leader Yasser Arafat came to this hall (...) urging the United Nations to realize the inalienable national rights of the Palestinian people, stating: "Do not let the olive branch fall from my hand".»

«It is a moment of truth and my people are waiting to hear the answer of the world. Will it allow Israel to continue its occupation, the only occupation in the world? Will it allow Israel to remain a State above the law and accountability? Will it allow Israel to continue rejecting the resolutions of the Security Council and the General Assembly of the United Nations and the International Court of Justice and the positions of the overwhelming majority of countries in the world

«At a time when the Arab peoples affirm their quest for democracy - the Arab Spring - the time is now for the Palestinian Spring, the time for independence

«what the great poet Mahmoud Darwish said: "Standing here, staying here, permanent here, eternal here, and we have one goal, one, one: to be."»

15.9.11

José (Zeca) Medeiros no Teatro Viriato


Artista multifacetado, com obra feita e reconhecida na televisão, no Teatro, na Música e no Cinema, Zeca Medeiros canta, encanta, inventa e reinventa sem nunca cansar quem o ouve. Nunca canta a mesma canção duas vezes da mesma maneira. Fá-lo com a voz portentosa e única que possui, mas também com as mãos, com o rosto e o coração, porque nele tudo é música.
Muitos comparam-no a Tom Waits, mas em palco o músico e cantor remete o público para o universo musical do francês Jacques Brel, devido à sua entrega e ao modo como interpreta as suas canções de amor e de mágoa.
O concerto de Zeca Medeiros tem como fio condutor os novos temas do recentemente editado Fados, Fantasmas e Folias. Autor de todas as músicas e letras, o músico funde e confunde o valor da palavra com a tradição e cultura açoriana, acrescentando-lhe com uma mestria incontornável o tom grave e rouco da sua voz, ora embalador, ora poderosamente desconcertante. Do espectáculo farão parte temas como Camarim – Canção da Timidez, Eu gosto tanto de ti que até me prejudico e Cançoneta do Forte Fraquinho, música que integra a peça coreográfica de Paulo Ribeiro Paisagens... “onde o negro é cor” e que será interpretada de forma especial no Teatro Viriato.

P.S. 1: No Teatro Viriato, espectáculo a 24 de Setembro. Entretanto, já este sábado no Teatro Aveirense, Paisagens... “onde o negro é cor"

P.S. 2: Esperando a ventura de
outra noite como aquela

Put The Blame On Mame



As recorded by Anita Ellis, for the singing voice of Rita Hayworth in the film "Gilda" (Charles Vidor,1946):

When Mrs. O'Leary's cow
Kicked the lantern in Chicago town
They say that started the fire
That burned Chicago down
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
Mame kissed a buyer from out of town
That kiss burned Chicago down
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame

Remember the blizzard, back in Manhattan
In eighteen-eighty-six
They say that traffic was tied up
And folks were in a fix
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
Mame gave a chump such an ice-cold "No"
For seven days they shovelled snow
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame

When they had the earthquake in San Francisco
Back in nineteen-six
They said that Mother Nature
Was up to her old tricks
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
One night she started to shim and shake
That brought on the Frisco quake
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame

They once had a shootin' up in the Klondike
When they got Dan McGrew
Folks were putting the blame on
The lady known as Lou
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
Mame did a dance called the hoochy-coo
That's the thing that slew McGrew
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame

(Allan Roberts/Doris Fisher)

11.9.11

uma provocação insuportável a um Estado que se tinha por quase inexpugnável


«O 11 de Setembro não foi, simplesmente, um ato terrorista que vitimou uns milhares de pessoas. Foi uma provocação insuportável a um Estado que se tinha por quase inexpugnável e para o qual, um ato deste tipo, colocava em causa a sua própria imagem como orgulhoso poder incontestado à escala global. E não deixa de ser importante lembrar, uma vez mais, para se perceber a sequência do que sucedeu depois, que os Estados Unidos viviam já sob uma nova administração, onde prevalecia uma liderança muito ideológica, com uma clara componente “jingoísta” (uma expressão que não parece existir em português mas que o Oxford English Dictionary refere como “extreme patriotism in the form of agressive foreign policy”).»

Ler texto completo, correspondente à intervenção de Francisco Seixas da Costa na conferência “11 de Setembro: um mundo diferente?”, organizada pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, no Grémio Literário, em Lisboa, em 12 de abril de 2011.

The losses of 9/11 by numbers

A decaying photo on a decaying plywood wall, perhaps one of the last family memorials remaining in Manhattan, 10 years after Sept.11. Photo The New York Times

Salvador Allende



«Seguramente ésta será la última oportunidad en que pueda dirigirme a ustedes. La Fuerza Aérea ha bombardeado las torres de Radio Postales y Radio Corporación. Mis palabras no tienen amargura sino decepción Que sean ellas el castigo moral para los que han traicionado el juramento que hicieron: soldados de Chile, comandantes en jefe titulares, el almirante Merino, que se ha autodesignado comandante de la Armada, más el señor Mendoza, general rastrero que sólo ayer manifestara su fidelidad y lealtad al Gobierno, y que también se ha autodenominado Director General de carabineros. Ante estos hechos sólo me cabe decir a los trabajadores: ¡Yo no voy a renunciar! Colocado en un tránsito histórico, pagaré con mi vida la lealtad del pueblo. Y les digo que tengo la certeza de que la semilla que hemos entregado a la conciencia digna de miles y miles de chilenos, no podrá ser segada definitivamente. Tienen la fuerza, podrán avasallarnos, pero no se detienen los procesos sociales ni con el crimen ni con la fuerza. La historia es nuestra y la hacen los pueblos.

Trabajadores de mi Patria: quiero agradecerles la lealtad que siempre tuvieron, la confianza que depositaron en un hombre que sólo fue intérprete de grandes anhelos de justicia, que empeñó su palabra en que respetaría la Constitución y la ley, y así lo hizo. En este momento definitivo, el último en que yo pueda dirigirme a ustedes, quiero que aprovechen la lección: el capital foráneo, el imperialismo, unidos a la reacción, creó el clima para que las Fuerzas Armadas rompieran su tradición, la que les enseñara el general Schneider y reafirmara el comandante Araya, víctimas del mismo sector social que hoy estará en sus casas esperando con mano ajena reconquistar el poder para seguir defendiendo sus granjerías y sus privilegios.

Me dirijo, sobre todo, a la modesta mujer de nuestra tierra, a la campesina que creyó en nosotros, a la abuela que trabajó más, a la madre que supo de nuestra preocupación por los niños. Me dirijo a los profesionales de la Patria, a los profesionales patriotas que siguieron trabajando contra la sedición auspiciada por los colegios profesionales, colegios de clases para defender también las ventajas de una sociedad capitalista de unos pocos.
Me dirijo a la juventud, a aquellos que cantaron y entregaron su alegría y su espíritu de lucha. Me dirijo al hombre de Chile, al obrero, al campesino, al intelectual, a aquellos que serán perseguidos, porque en nuestro país el fascismo ya estuvo hace muchas horas presente; en los atentados terroristas, volando los puentes, cortando las vías férreas, destruyendo lo oleoductos y los gaseoductos, frente al silencio de quienes tenían la obligación de proceder. Estaban comprometidos. La historia los juzgará.

Seguramente Radio Magallanes será acallada y el metal tranquilo de mi voz ya no llegará a ustedes. No importa. La seguirán oyendo. Siempre estaré junto a ustedes. Por lo menos mi recuerdo será el de un hombre digno que fue leal con la Patria.

El pueblo debe defenderse, pero no sacrificarse. El pueblo no debe dejarse arrasar ni acribillar, pero tampoco puede humillarse.
Trabajadores de mi Patria, tengo fe en Chile y su destino. Superarán otros hombres este momento gris y amargo en el que la traición pretende imponerse. Sigan ustedes sabiendo que, mucho más temprano que tarde, de nuevo se abrirán las grandes alamedas por donde pase el hombre libre, para construir una sociedad mejor.

¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!

Estas son mis últimas palabras y tengo la certeza de que mi sacrificio no será en vano, tengo la certeza de que, por lo menos, será una lección moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.»

9.9.11

En esta esquina del tiempo

O cantautor Luis Pastor e a Orquesta de Córdoba, em homenagem a José Saramago, realizaram um concerto em que se ouviram as canções do álbum "En esta esquina del tiempo" (2006). São catorze poemas do nosso nobel da literatura.



[Actuación de Luis Pastor / Orquesta de Córdoba / Leonardo Marínez Cayuela (dirección musical). "En esta esquina del tiempo". Homenaje a José Saramago con motivo del Festivas de la Guitarra de Córdoba]

José e Pilar nos Óscares

O documentário “José e Pilar”, de Miguel Gonçalves Mendes, é o candidato português aos Óscares, anunciou esta sexta-feira o Instituto de Cinema e Audiovisual.

este sonho absurdo

Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

...Eis a grande raiva!
Misturem-na com rosas
e chamem-lhe vida


José Gomes Ferreira

6.9.11

Em Abril 1975 já existia um Allegro molto moderato

___ que era absolutamente genial!



Arthur Rubinstein, piano
London Symphony Orchestra, André Previn
Abril 1975

Ricardo Ribeiro

O que se faz, quem acontece e onde na música contemporânea portuguesa não é motivo de front pages. e deveria ser. Conheci o Ricardo Ribeiro porque ambos gostamos de silêncio. e de música. Ele, é claro, é uma estrela. Eu ouço-o (quando ele deixa) e lanço avisos à população. Ele é qualquer coisa muito boa, completamente luso e de outro mundo. Por agora, leiam isto.

«Actualmente na sua música Ricardo Ribeiro utiliza elementos como repetição e "articulação da matéria" aproximando-se neste sentido de compositores como Beat Furer ou Pierluigi Billone. Por um lado, a sua música nasce num contexto "histórico, social e cultural", mas por outro "toda a obra de arte produz um espaço e um tempo que lhe são próprios e que têm em si mesmos elementos que caracterizam um determinado período. Não só assimilam o que está à sua volta como deixam marcas dessa assimilação, dessa transformação e desses elementos."»

(são os caracois os caracolitos. sorry R., não resisti :))

da sábia mestria de Deus

Ninguém derrame a lágrima ou não acoite
esta declaração da sábia mestria
de Deus, que com magnífica ironia,
de uma só vez me deu os livros e a noite.
[...]

Jorge Luís Borges

Mercury Theatre

Speak Low

Speak low
When you speak love
Our summer day
Withers away
Too soon, too soon

Feeling Good

Feeling sooooooooooooooooooo Good



Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Breeze driftin' on by you know how I feel

(refrain:)x2
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom on the tree you know how I feel

(refrain)

Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That's what I mean

And this old world is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel

(refrain)

Eu quero uma licença de dormir

Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.


Adélia Prado


[Imagem: Romaine Brooks (1874-1970). "La Venus triste" (The Weeping Venus). Modelo: Ida Rubinstein. Se vos apetecer, mais Ida]

Hallelujah

Baby I've been here before I've seen this room and I've walked this floor You know, I used to live alone before I knew ya And I've seen your flag on the marble arch and love is not a victory march it's a cold and it's a broken hallelujah

À escuta #111

A. (11 anos):

«Sabes, eu consigo imaginar-me daqui a alguns anos a ir passar férias à Tunísia com os meus filhos e a dizer-lhes "quando era pequenina eu vim aqui com os meus pais e havia um ditador". Eles vão achar mesmo estranho, não achas?»


«Os filhos do Khadafi são estranhos... Um diz que vai combater e o outro quer negociar. Vão os dois morrer, não é? O que é que tu fazias?»